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quarta-feira, 30 novembro 2022 08:05

Médicos firmes em realizar a greve na próxima segunda-feira

Mantém-se a decisão avançada pelos médicos sobre a realização da greve nacional, no próximo dia 05 de Dezembro, por 21 dias prorrogáveis, por falta de transparência do Governo em torno das irregularidades da Tabela Salarial Única (TSU).

 

A informação foi partilhada pela Associação Médica de Moçambique (AMM), através de uma nota enviada à nossa redacção, um dia depois do Governo ter garantido que já está em fase de finalização o pagamento dos salários do mês de Novembro.

 

Entretanto, os médicos dizem que, das várias rondas de negociações com o Governo, constataram que dos 12 pontos negociados, em oito havia se alcançado um princípio de acordo entre as partes. Porém, para os restantes quatro não havia acordo e careciam de outras rondas negociais, pois o Governo solicitou mais tempo para reflectir e buscar informações/soluções junto de outras instituições estatais relevantes.

Dos oito pontos em que se alcançou um acordo, até ao momento, o Governo implementou parcialmente apenas três, ou seja, somente 25% das preocupações/reivindicações da classe médica foram atendidas.

 

“Lamentavelmente, houve um retrocesso em relação a dois pontos que não eram totalmente problemáticos: a contagem de tempo na carreira dos especialistas não têm obedecido ao plasmado no número 03 do artigo 06 do Decreto 50/2022, o que resulta na diminuição do seu tempo na carreira e, consequente redução do salário, a diuturnidade especial que continua a ser mal calculada, foi grandemente reduzida comparativamente ao mês de Outubro, pois foi paga segundo o quantitativo anterior à TSU, e a mudança constante de interlocutores por parte do Governo não facilita a continuidade do diálogo e o avanço nas negociações”, afirma a classe.

 

Referem, no entanto, que por estas e outras questões não existe nenhuma transparência sobre a forma como os salários dos médicos estão a ser ou serão processados. Até ao momento, nenhum médico sabe quanto deve auferir e quanto é que o Estado lhes deve.

 

“Alegando estarem a cumprir ordens superiores, os gestores locais de recursos humanos não aceitam partilhar as folhas de salário com os respectivos médicos”, afirmam.

 

Por estas razões, a classe garante que está firme na data do início da greve nacional dos médicos para o próximo dia 05 de Dezembro, por 21 dias prorrogáveis, de acordo com os ofícios já enviados ao Governo. (Marta Afonso)

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