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sexta-feira, 08 março 2019 03:28

As ‘heroínas’ da apanha do polvo e captura de peixe nas Quirimbas

As mulheres que se dedicam à apanha do polvo e captura de peixe na Ilha do Ibo, em Cabo Delgado, juntamente com outras associações, lograram atingir com a venda do produto uma receita de 2.107,175 Mts (aproxmadamente 35.119 USD) entre os anos 2017 e 2018. Esta informação foi veiculada por Lara Muaves, oficial sénior marinho do Fundo Mundial da Natureza, ‘World Wildlife Fund’ (WWF Moçambique), durante a reunião nacional para uma pesca sustentável e aumento da resiliência das comunidades e da biodiversidade, realizada no passado dia 05 deste Março em Pemba.

 

Na sua intervenção, Lara Muaves referiu que o projecto de “conservação da biodiversidade marinha e costeira através da implementação de medidas de adaptação às mudanças climáticas pelas comunidades de pescadores no Parque Nacional das Quirimbas (PNQ) ”, que ficou conhecido por projecto Bengo, começou como um projecto-piloto que abrangia cinco comunidades-alvo distribuídas em três ilhas, nomeadamente Ibo (Rituto e Cumuamba), Matemo (Palussança e Muanacombo) e Quirimba (Cumilamba). O projecto Bengo era composto por 41 mulheres residentes nas comunidades.Devido às mudanças que eram trazidas pela actividade a ele inerente, o projecto em causa foi expandido para outras comunidades como as de Arimba, Kipaku, Songossawe, Tchamba, Mujaka e Riweculo. Durante dois anos foram capturados 12.725,75 kg de polvo e 8.346kg de peixe, tudo através da pesca de vedas que foi desenvolvida em 61 meses e numa área de 2949ha.

 

Para Lara Muaves e os membros das associações pesqueiras, o grande problema é a fiscalização, por não ser feita correctamente pela administração do PNQ. Isso fez com que as mulheres que lideram as associações criassem grupos de fiscalização das áreas criadas para actividade pesqueira.

 

A pesca de veda, praticada no PNQ, tem contribuído na melhoria de vida das comunidades da Ilha do Ibo que internacionalizaram o polvo de Cabo Delgado. As mesmas comunidades conseguiram que o projecto Bengo tivesse mais uma fase, com a duração de quatro anos, de 2019 a 2022. O projecto Bengo será introduzido no distrito de Quissanga, onde também há muita produção de polvo. No entanto, as comunidades garantiram estar já devidamente preparadas para dar continuidade à pesca de veda, e implementar métodos de conservação ambiental, mesmo quando a WWF Moçambique terminar a sua missão naqueles locais. (Omardine Omar, em Cabo Delgado)      

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