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segunda-feira, 24 outubro 2022 08:19

Uma criança somali é internada por desnutrição grave a cada minuto... e o tempo está a esgotar-se – Unicef

somalia min

Enquanto você lê este artigo, uma criança na Somália está a ser internada num hospital ou centro de saúde por desnutrição grave. E a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que a Somália está à beira de uma tragédia de desnutrição infantil numa escala jamais vista nas últimas décadas.

 

Desde Agosto, cerca de 44.000 crianças foram internadas em unidades de saúde por desnutrição aguda grave, o que equivale a uma criança por minuto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a desnutrição afecta principalmente crianças menores de cinco anos em países de baixa e média renda.

 

Na Somália, a desnutrição grave é devida à pobreza crônica e más condições de vida com deficits generalizados em saneamento e higiene. Por outro lado, as mudanças climáticas e os conflitos são algumas das principais causas da fome na Somália.

 

O país tem uma alta prevalência de doenças infecciosas e impactos ambientais induzidos pelas mudanças climáticas, insegurança alimentar, estado nutricional materno e fetal precário e ingestão nutricional abaixo do ideal na primeira infância.

 

 Desde Agosto, a situação agravou-se.

 

"Hoje, na Somália, a cada minuto de cada dia, uma criança é internada numa unidade de saúde para tratamento de desnutrição aguda grave. As últimas taxas de admissão desde Agosto mostram 44.000 crianças internadas com desnutrição aguda grave. Isso é uma criança por minuto ", disse o porta-voz do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef), James Elder, durante uma conferência de imprensa virtual no escritório da ONU em Genebra, na Suíça.

 

As chances de sobrevivência agravaram-se em crianças vulneráveis na Somália e, em poucos meses, podem atingir níveis nunca vistos antes, disse Elder.

 

Referiu que crianças gravemente desnutridas têm até 11 vezes mais chances de morrer de diarreia e sarampo do que crianças bem nutridas. Com índices como esses, a Somália está à beira de uma tragédia humanitária nunca vista em décadas.

 

Mas as estatísticas em questão são para crianças que conseguem ter acesso à saúde num país onde a maioria não chega tão longe por causa da situação volátil do país devido ao conflito.

 

"E, é claro, as crianças por trás dessa estatística assustadora são aquelas que realmente chegam a um centro de tratamento. Num país onde o acesso para os mais vulneráveis é continuamente dificultado pelo terrorismo e ameaças aos trabalhadores humanitários, tememos que muitos milhares de crianças não estão a receber o apoio de que precisam", frisou Elder.

 

Na semana finda, os Estados Unidos anunciaram que impuseram sanções aos principais líderes da Al-Shabaab, uma das afiliadas mais perigosas da Al-Qaeda, como parte da luta dos EUA contra o terrorismo.

 

Espera-se que as sanções dos EUA ajudem os trabalhadores humanitários a "encontrar e tratar" - um método de entrar em áreas de difícil acesso para fornecer assistência médica.

 

A Save the Children, uma agência de ajuda do Reino Unido, estima que pelo menos 1,5 milhão de crianças somalis menores de cinco anos estejam gravemente desnutridas. 

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