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segunda-feira, 10 outubro 2022 09:32

Três anos após assassinato de Anastácio Matavele, mandantes do crime ainda continuam impunes

Passaram três anos após a morte do Defensor de Direitos Humanos, Anastácio Matavele, assassinado barbaramente no dia 07 de Outubro de 2019, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, uma semana antes da realização das eleições gerais, das quais era observador.

 

Entretanto, pela passagem dos três anos do assassinato macabro de Matavele, a Rede Moçambicana dos Defensores de Direitos Humanos (RMDDH) manifesta a sua solidariedade para com a família da vítima e exige as autoridades, nomeadamente a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Procuradoria-Geral da República, para que façam todas as diligências para localizar e prender o foragido Agapito Matavele, para que possa ser jugado e responsabilizado pelo crime.

 

“O julgamento do comandante do pelotão do Grupo de Operações Especiais (GOE), responsável pelo assassinato de Matavele, é a única esperança para o esclarecimento das circunstâncias do crime, bem como para ajudar a esclarecer quem são os verdadeiros mandates deste crime”, refere o documento da RMDD H.

 

Lembrar que pelo crime de assassinato de Anastácio Matavele, em sentença do dia 18 de Junho de 2020, o Tribunal Judicial da província de Gaza condenou quatro indivíduos com penas que variam de 23 a 24 anos de prisão, nomeadamente, o comandante da sub-unidade da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), Alfredo Macuácua, o Comandante do Grupo de Operações Especiais (GOE), Edson Silica, descrito como atirador contra Matavele, o Chefe do Estado-Maior da UIR, Januário Rungo e o Chefe da Secção de Armamento, Justino Muchanga.

 

Entretanto, mesmo com estas detenções, não foi suficiente para se esclarecer quem foi o mandante do assassinato de Anastácio Matavele, quais foram as reais motivações, bem como o envolvimento dos agentes da UIR.

 

De acordo com o documento, a sentença não explorou de forma transparente, exaustiva e aprofundada as razões que levaram ao assassinato de Matavele e não demonstrou a investigação levada a cabo para a identificação dos autores morais do crime, mesmo havendo sinais fortes nos autos de que os agentes materiais do crime teriam sido mandatados para executar o activista Matavele.

 

O elemento que pode ajudar a esclarecer o crime é o foragido Agapito Matavele, descrito pelos colegas condenados como a pessoa que liderou o pelotão do GOE.

 

E porque a missão era oficial, os carrascos de Matavele não foram processados disciplinarmente, à excepção de Mapulasse que afirmou ter respondido a um processo disciplinar, mas que não sabia do desfecho, sete meses depois de ter participado no assassinato de Matavele. (Marta Afonso)

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