Desde que os sete corpos foram descobertos em finais de Outubro do ano passado numa vala comum na província de Nampula, as autoridades judiciárias provinciais ainda nem sequer têm os resultados das investigações em torno do caso. Após a descoberta dos referidos corpos pela população de Namukuira, posto administrativo de Chinga, distrito de Murrupula, a Procuradoria-Geral da República em Nampula liderou, para efeitos de investigação do caso, uma equipa multissectorial congregando membros do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Medicina Legal e Polícia da Republica de Moçambique (PRM).
A primeira medida que se tomou aquando da descoberta dos cadáveres foi de exumá-los para serem sujeitos às respectivas autópsias. Na altura, as autoridades garantiram que mais tarde iriam fornecer informações detalhadas relativas a todos os resultados sobre as autópsias. Era de esperar que viessem a público dados sobre as possíveis causas das mortes dos indivíduos cujos corpos foram encontrados numa vala comum em Murrupula, mas passados aproximadamente três meses as autoridades dizem não poder ainda fornecer quaisquer detalhes, com argumento de que prosseguem as investigações sobre o assunto. ‘‘Ao nível processual existem indicações das causas que levaram à morte daqueles sete indivíduos”, afirmou Hermínia Borca, porta-voz da Procuradoria Provincial de Nampula. Borca acrescentou, no entanto, que “por tratar-se de matéria processual e ser um processo muito complexo, estamos a dizer que é prematuro revelarmos agora as causas da morte, sob pena de prejudicarmos a continuidade da investigação’’.
Identificação dos corpos
Ainda de acordo com Hermínia Borca, actualmente decorrem trabalhos de identificação dos corpos encontrados na vala comum para se saber quem eram os sete indivíduos (incluindo duas mulheres), a sua verdadeira origem e os meios ou modalidades usados para o seu despejo nas matas de Namukuira. ‘‘Os corpos foram encontrados num estado avançado de decomposição, e temos de determinar quando é que isso aconteceu, logo numa zona recôndita fora de uma área residencial”, acrescentou a porta-voz da Procuradoria Provincial de Nampula, sublinhando tratar-se de uma investigação “muito complexa”. (Rodrigues Rosa)