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A Porto Editora, empresa que editou o livro de Ciências Sociais da 6ª Classe que está a causar indignação e revolta dos moçambicanos, devido à quantidade de erros de conteúdo, mostra-se disponível a colaborar com a Comissão de Inquérito, criada pelo Governo para apurar a origem e os responsáveis pelos erros que constam do mais novo manual de ensino escolar no país.
A disponibilidade foi comunicada à “Carta”, em resposta a um pedido de esclarecimento formulado pelo nosso jornal para apurar as circunstâncias que ditaram a elaboração daquele manual, desde a selecção da autora até à revisão dos conteúdos.
Na nota enviada à nossa Redacção, a Porto Editora não detalha como foi concebida a consultoria editorial para a produção daquele manual e muito menos como terá sido possível publicar um livro escolar com erros de conteúdo, considerados inadmissíveis.
“A Porto Editora, enquanto consultora editorial do manual «O nosso continente – Ciências Sociais – 6.ª Classe», informa da sua total disponibilidade para colaborar com a Comissão de Inquérito da Inspecção-Geral da Administração Pública de Moçambique para apurar a origem e fundamentação dos casos agora detectados neste manual”, explica a nota enviada na noite desta terça-feira.
“Paralelamente, está em curso o processo de análise para elaboração da errata, em estreita articulação com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano - MINEDH, para que chegue aos alunos e professores com a brevidade possível, em linha com o nosso compromisso com o desenvolvimento educacional, cultural e civilizacional dos falantes de língua portuguesa”, acrescenta a nota de apenas dois parágrafos.
Segundo a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, Gina Guibunda, os autores dos manuais de ensino, ilustradores, revisores de conteúdos, maquetizadores, entre outros profissionais necessários para produção do livro são contratados pelas editoras. Isto é, a Porto Editora foi responsável pela contratação da autora do livro (Firoza Bicá) e da equipa envolvida na produção do manual.
“A produção do livro obedece a várias etapas. Uma delas é o lançamento de um concurso de contratação de consultoria editorial [contratação de uma editora]. Esta editora contrata os autores, os revisores dos conteúdos, os ilustradores, maquetizadores, enfim… contrata todos aqueles que são necessários para a produção do livro”, disse Guibunda, sublinhando, no entanto, que o livro é depois submetido à avaliação (pela Comissão de Avaliação do Livro) antes da sua impressão.
Comissão de Inquérito tem 15 dias para apresentar resultados
Depois do anúncio da constituição de uma Comissão de Inquérito para apurar as responsabilidades, o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi, anunciou que o grupo tem 15 dias para apresentar os resultados, de modo que sejam identificados os culpados.
Ao que “Carta” apurou, a Comissão de Inquérito iniciou os seus trabalhos na passada segunda-feira, pelo que se espera que os trabalhos sejam concluídos até próximo dia 17 de Junho. Um dos inquiridos é o Director-Geral do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), Ismael Nhêze, instituição responsável pela definição dos programas de ensino. (Abílio Maolela)
