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Os abusos protagonizados por militares contra civis que passam pela zona do quartel da Marinha, na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, continuam na ordem do dia. Diariamente, cidadãos são maltratados e seus bens são extorquidos e/ou roubados pelos militares, perante o olhar impávido das autoridades competentes.
O caso mais recente deu-se na última sexta-feira, tendo sido vítima um cidadão de nome B. Aiuba, deslocado do distrito de Quissanga. O indivíduo foi agredido por quatro militares, por volta das 19:30 horas, por passar por zona alegadamente proibida à circulação àquele período do dia.
Fonte familiar disse que os militares mandaram parar e de seguida questionaram-lhe se não sabia que era uma zona proibida, mas ao tentar responder que não havia nenhum sinal de proibição, foi atingido por uma bofetada na testa e desmaiou. Mais tarde, foi ao Posto Policial mais próximo, onde apenas recebeu uma guia para ir ao Centro de Saúde. Os Oficiais em serviço alegaram que nada podiam fazer, porque há várias queixas de maus tratos protagonizados pelos militares contra civis que, ao cair da noite, passam pela zona da marinha na cidade de Pemba.
Refira-se que as queixas sobre maus tratos, protagonizados por militares na cidade de Pemba não são novos. Desde a eclosão dos ataques terroristas, que Pemba tornou-se também um Estado paralelo, com militares a ditaram ordem a qualquer hora do dia.
Aliás, um jornalista da STV, baseado na terceira maior baia do mundo, foi alvo de agressão física por parte de elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), quando exercia as suas actividades laborais.
A situação já levou a Ordem dos Advogados de Moçambique, a nível de Cabo Delgado, a fazer uma denúncia pública, mas as autoridades continuam no silêncio. (Carta)
