Perto de 200 mil deslocados dos ataques terroristas acolhidos em vários centros no populoso distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, vão beneficiar de Bilhetes de Identidade nos próximos dias. Trata-se de um plano que visa responder à falta de documentação por parte de famílias, que durante os ataques terroristas perderam em fuga os seus documentos ou foram queimados em residências.
Denominado "Identidade para Todos", o programa foi desenhado pelo governo moçambicano e conta com o financiamento do Banco Mundial. A iniciativa foi lançada pelo Secretário do Estado, António Supeia, e contou com representantes da Direcção Nacional de Identificação Civil e de Registos e Notariados e do Banco Mundial.
No seu discurso, António Supeia defendeu que os documentos de identificação a serem atribuídos aos deslocados também devem ser usados no processo de retorno das famílias às suas terras de origem.
Alguns deslocados consideram que a obtenção do Bilhete de Identidade pode reduzir as cobranças ilícitas, bem como as ameaças e acusações de pertencerem a grupos terroristas, como era recorrente por parte de agentes da Polícia da República de Moçambique e de militares. (Carta)