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O Orçamento do Estado (O.E) de 2021 reporta que as despesas com a defesa, segurança e ordem pública suplantaram os gastos feitos com a saúde. No ano passado, o Governo gastou 356.6 biliões de Meticais, sendo que, desse valor, os sectores em destaque absorveram 60.7 biliões de Meticais, contra 39 biliões de Meticais alocados ao sector da saúde.
Com base nesses números, depreende-se que “o nosso maior valor” é a segurança e ordem pública, em detrimento da saúde. As razões são óbvias. Os valores gastos visavam certamente responder ao terrorismo no norte, que para tal foi necessário mobilizar milhares de soldados, desde nacionais, regionais até de fora do continente (como os mercenários russos), bem como os ataques na zona centro do país.
Em termos de peso, o informe revela que a despesa com segurança e ordem pública se situou em 17% do total do Orçamento do Estado e a realização da despesa foi em 100%, contra um peso de 9% do sector da saúde e cuja realização apenas se situou em 82%.
Acima da defesa e segurança, destaca-se a despesa com os “serviços públicos gerais” que absorveram 95 biliões de Meticais, com peso calculado em 26% do Orçamento do Estado, mas com uma realização 97%. Acima daquele sector está também a rubrica “assuntos económicos”, que recebeu 76 biliões de Meticais em 2021, correspondentes a 21% de peso no Orçamento total. Desse valor apenas foram gastos 99%.
A verba alocada ao sector de educação também é destaque. Para este sector, o Governo alocou 72.5 biliões de Meticais em 2021, mas só aplicou 67 biliões de Meticais correspondentes a uma realização de 92.5% e um peso de 18.8% do Orçamento total realizado.
Os montantes canalizados para os restantes sectores, nomeadamente “Recreação, Cultura e Religião”, “Habitação e Desenvolvimento Colectivo”, “Protecção Ambiental”, “Segurança e Acção Social”, tiveram pesos que variam de 0.5% a 4% e realizações que variam de 80 a 100%. (Evaristo Chilingue)
