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segunda-feira, 13 dezembro 2021 08:07

Comandante-Geral da Polícia confirma presença de terroristas no Niassa e revela que iniciaram ataques em Mavago

Duas semanas depois de a imprensa, incluindo “Carta”, ter noticiado a ocorrência de ataques de carácter terrorista no distrito de Mecula, na província do Niassa, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, veio a público este domingo confirmar a expansão do terrorismo para a província mais extensa e a mais desabitada do país.

 

Sem revelar as datas e muito menos as circunstâncias da expansão do terrorismo para a província do Niassa, Bernardino Rafael revelou que os primeiros sinais da insurgência naquele ponto do país foram registados no distrito de Mavago, onde houve confrontos entre os terroristas e as Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

“Os antecedentes foram, primeiro, o ataque a uma viatura da Polícia da República de Moçambique, em Mavago, onde os colegas foram feridos e, na operação que fizemos, conseguimos destruir um pequeno acampamento, em que estavam lá alguns indivíduos armados. Conseguimos recuperar algum equipamento e vimos que se tratava de homens armados”, contou o Comandante-Geral da PRM, durante a cerimónia de lançamento da operação “Asanti sana”, referente à quadra festiva.

 

“Seguiu-se um ataque a um acampamento, numa cotada, onde queimaram o acampamento. A seguir, a nossa patrulha, que chamamos de «Reconhecimento Combativo», entrou numa emboscada onde os colegas combateram e, neste combate, foi atingido um dos terroristas que era procurado, chamado Cassimo. As pessoas do Niassa conhecem-no, era maulana, em Mecula, e a partir da morte deste terrorista tiramos a «conclusão» de que se trata de terroristas que atravessaram de Cabo Delgado para Mecula”, disse.

 

A confirmação dos ataques terroristas na província do Niassa chega dois dias depois de o Chefe de Estado ter exigido a clarificação da situação de segurança naquela província. “Há ruído aí na província do Niassa, em Mecula. Esclareçam isso rapidamente, não podemos perder tempo”, exigiu Filipe Jacinto Nyusi.

 

Niassa, sublinhe-se, é a segunda província do país a ser afectada pelos ataques terroristas depois da vizinha província de Cabo Delgado, que testemunha as acções macabras dos insurgentes desde Outubro de 2017.

 

No entanto, na sua intervenção, o Comandante-Geral da Polícia não explicou as razões que ditaram a expansão do terrorismo para Niassa e muito menos as acções levadas a cabo pelas autoridades para impedir esta acção, há muito já prevista por pesquisadores.

 

Os ataques terroristas, refira-se, já causaram a morte de mais de três mil pessoas na província de Cabo Delgado e provocaram perto de 1 milhão de deslocados. Desde Julho passado, as matas de Cabo Delgado já contam com a presença de tropas do Ruanda e da SADC, que ajudam no combate ao terrorismo naquele ponto do país. A vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia esteve sob controlo dos terroristas durante um ano, tendo sido recuperada em princípios de Agosto deste ano, com a entrada das tropas ruandesas. (A.M.)

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