A falta de fundos para dar seguimento ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens da Renamo não só está afectar o cumprimento dos prazos, mas também a situação financeira dos “guerrilheiros” já desmobilizados.
Conforme apurou “Carta”, há três meses que os ex-guerrilheiros da Renamo (que aderiram ao processo) estão sem subsídios nas províncias de Sofala, Manica e Inhambane. O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, diz tratar-se de uma situação que não só preocupa os desmobilizados, mas também o seu partido, o governo e a comunidade internacional.
Falando aos jornalistas na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, Momade garantiu que a situação será normalizada nos próximos dias, pois, o Governo já reuniu o dinheiro junto dos parceiros.
Refira-se que, na passada sexta-feira, o Chefe de Estado prometeu, para o presente mês de Junho, a retoma do DDR na província de Tete. Reiterou que o processo foi interrompido devido aos problemas financeiros, os mesmos que o colocaram em “banho-maria” após o seu arranque oficial a 29 de Julho de 2019.
Até ao momento, recorde-se, o DDR já abrangeu 2.307 ex-guerrilheiros da Renamo (dos 5.221 homens previstos), dos quais 62 desertaram da auto-proclamada Junta Militar da Renamo. Dez bases da Renamo já foram desmanteladas.
Aliás, em relação à auto-proclamada Junta Militar da Renamo, a quem se atribui a autoria moral e material dos ataques militares nas províncias de Sofala e Manica, Ossufo Momade garante ainda não ter estabelecido qualquer contacto com o seu líder, Mariano Nhongo. (O.O.)