O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, defendeu hoje no final de uma visita a Moçambique a maior mobilização possível de parceiros para garantir segurança em África.
"Quantos mais nos mobilizarmos para pararmos as redes terroristas e as ligações evidentes com redes dos mais diferentes tráficos, maior segurança traremos a África e melhor defenderemos também os interesses próprios da União Europeia (UE)", referiu.
O governante fala no final de uma visita de dois dias em resposta ao pedido de ajuda de Moçambique para acabar com a insurgência armada na província nortenha de Cabo Delgado.
A propósito de diferentes manifestações de interesse de outros países e organizações em apoiar o país lusófono a resolver o problema e questionado sobre se tal não reflete uma competição pela influência em África, Augusto Santos Silva respondeu que não.
"Entendemos que o que faz sentido é a complementaridade", disse.
"Enquanto europeus, cooperamos com África no respeito escrupuloso pela chamada arquitetura africana para a paz e segurança", sublinhou, “assim como pelos princípios da União Africana, além da soberania das autoridades nacionais".
A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.
Augusto Santos Silva deslocou-se a Moçambique no semestre em que Portugal assume a presidência rotativa do Conselho da UE.(Lusa)