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BCI
quinta-feira, 14 março 2024 03:42

Chuvas provocam vários estragos na província e cidade de Maputo e deixam diversas famílias submersas

As chuvas que caíram na cidade e província de Maputo, nesta terça-feira (12), resultantes da passagem da depressão tropical ''Filipo'', provocaram vários estragos e alguns munícipes foram obrigados a abandonar suas casas, para além de vias de acesso quase todas intransitáveis.

 

Um rescaldo feito pela “Carta de Moçambique” indica que a maior parte dos alunos ficaram sem aulas nesta quarta-feira, por conta do encerramento de várias escolas. 

 

As ruas que davam acesso ao bairro Nkobe, na província de Maputo, transformaram-se em riachos e tem sido sempre assim quando chove. Além disso, várias casas encontram-se sem corrente eléctrica.

 

Na Matola-Gare, o Centro de Saúde teve que funcionar debaixo da água, como tem sido habitual. Neste ponto, a área do transporte para cidade ficou totalmente afectada. Os autocarros que partem da Matola-Gare para Baixa e Museu estavam quase todos parqueados ao longo de todo o dia e alguns passageiros tiveram que seguir viagem a pé. 

 

Já na cidade da Matola, também na província de Maputo, os números preliminares partilhados pelo Presidente do Município, Júlio Parruque, apontam para mais de 50 famílias afectadas e precisando de assistência. Grande parte das vias de acesso estão condicionadas e diversas escolas encerradas. 

 

No Vale do Infulene, várias crateras abriram-se e diversos canteiros onde se produzem hortaliças encontram-se submersos. Quase todas as vias de acesso estão bastante alagadas e com transitabilidade condicionada. 

 

Segundo Júlio Parruque, neste momento toda a Matola está praticamente afectada e estão em curso intervenções pontuais, onde for possível. Por exemplo, no nó da Machava, onde houve desabamento de solos, já tinha começado a obstrução de vias de acesso. 

 

“Temos famílias que foram forçadas a abandonar as suas residências e alguns serviços sociais como educação e saúde também foram afectados”.

 

Na mesma senda, o Governador da província de Maputo, Manuel Tule, também foi ao terreno para verificar “in loco” e garantiu que não houve registo de perdas humanas, mas avançou que a situação dos distritos de Magude, Manhiça e Matola é bastante crítica. 

 

Já na cidade de Maputo, a tempestade “Filipo” também destruiu casas no bairro do Chamanculo. Nas primeiras horas desta quarta-feira, as ruas do bairro 25 de Junho, Bagamoio, Hulene, Maxaquene, estavam praticamente intransitáveis. Na baixa da cidade, grande parte das árvores estavam com os ramos no chão, como se alguém tivesse cortado. O trânsito ficou interrompido por algumas horas, por causa de alguns obstáculos que fecharam as ruas. 

 

O Centro de Saúde de Hulene, mais uma vez foi invadido pela fúria das águas, mas mesmo assim, alguns funcionários continuaram a trabalhar, tendo improvisado um local de atendimento dos pacientes. Os funcionários descreveram a situação como a pior nos últimos tempos.

 

Devido à chuva e ventos fortes que se fizeram sentir na noite de terça-feira, teve que ser interrompida a circulação de comboios que ligam a baixa cidade e diferentes pontos da província de Maputo, devido à abertura de uma cratera nas proximidades da Machava-sede.

 

Já no fecho desta edição, “Carta” apurou que a chuva que caiu na cidade de Maputo na sequência da tempestade “Filipo” provocou um morto na noite de terça-feira na praça 16 de Junho. O óbito resultou de um acidente de viação que se presume tenha sido causado por fraca visibilidade.

 

O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo escalou, esta quarta-feira, os distritos municipais KaMavota e KaMaxaquene, no âmbito da monitoria dos estragos causados pela chuva.

 

Rasaque Manhique garantiu que a edilidade tudo está a fazer para prestar assistência às famílias afectadas, bem como repor a transitabilidade das vias de acesso obstruídas.

 

Por outro lado, a companhia aérea moçambicana, LAM, anunciou ontem o cancelamento de todos os voos no período da manhã, devido à tempestade tropical "Filipo". 

 

"Os mesmos foram realizados no período da tarde, logo que as condições meteorológicas mostraram melhorias assinaláveis", referiu a companhia aérea estatal, em comunicado. 

 

Devido ao "quadro meteorológico", a LAM já teve de cancelar alguns voos na terça-feira e uma aeronave da companhia teve de "aterrar num destino alternativo". (M.A)

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