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terça-feira, 27 fevereiro 2024 06:16

Polícia detém dois homens suspeitos de envolvimento em dois raptos

As autoridades detiveram duas pessoas suspeitas de envolvimento em dois raptos ocorridos na capital, Maputo, anunciou o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

 

“Eles foram detidos indiciados pela prática do crime de rapto, (…) um foi detido no dia 17 e o outro no dia 22 deste mês”, disse o porta-voz do Sernic, Hilário Lole, durante uma conferência de imprensa.

 

A detenção dos dois homens ocorreu a partir de informações fornecidas por um outro suspeito de rapto, também detido, apresentado na última semana pelo porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Leonel Muchina, num trabalho coordenado com o Sernic.

 

Segundo Hilário Lole, foram também apreendidas duas chapas de matrícula na posse dos detidos, que terão sido colocadas numa viatura usada para raptar uma cidadã luso-moçambicana em 01 de novembro de 2023 e que foi mantida em cativeiro por 50 dias.

 

“Depois de achar estes dois vestígios não tivemos dúvidas do seu envolvimento na prática deste rapto e também chegaram a confessar a sua participação no mesmo”, disse Hilário Lole.

 

De acordo com o porta-voz, os dois homens também se terão envolvido no rapto de um empresário, em 20 de janeiro, e que ainda “está em cativeiro”.

 

O Sernic avançou que decorrem trabalhos para deter os outros raptores, referindo que alguns já foram identificados, faltando ainda a sua localização e detenção.

 

A onda de raptos em Moçambique começou em 2011, afetando, sobretudo, empresários e seus familiares, sendo frequentemente confirmada a participação de polícias e magistrados, entre outros, nestas redes, com ramificações que se estendem até a vizinha África do Sul.

 

Após um período de relativa estabilidade, os casos voltaram a ser registados nos últimos anos, principalmente nas capitais provinciais, com destaque para Maputo.

 

Em 11 de fevereiro, um outro empresário foi raptado na cidade de Maputo a poucos metros da Casa Militar, quartel responsável pela guarda do Presidente, o segundo concretizado este ano.

 

No dia 16 de janeiro, um gestor de uma loja de venda de mobília foi ferido no abdómen durante uma tentativa de rapto frustrada por populares que atiraram pedras contra os autores do crime, disse então à Lusa o porta-voz da polícia em Maputo, Leonel Muchina.

 

Desde janeiro de 2023, as autoridades moçambicanas detiveram 38 pessoas envolvidas na onda de raptos no país, que registou um total de 13 casos no mesmo período, segundo dados oficiais.

 

As autoridades moçambicanas admitiram, por várias vezes, o envolvimento de membros da polícia e de magistrados nestes crimes, cujas ramificações se estendem até a vizinha África Sul, país com o qual Moçambique tem fortes relações.(Lusa)

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