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quinta-feira, 03 novembro 2022 07:06

Funcionários das Finanças protestam contra erros na nova tabela salarial

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Dezenas de funcionários do Ministério da Economia e Finanças de Moçambique concentraram-se ontem ao início da manhã em frente à sede da instituição, em Maputo, em protesto contra erros de enquadramento nos novos escalões salariais em vigor no Estado.

 

Testemunhas contaram à Lusa que os trabalhadores daquele ministério saíram dos seus gabinetes de trabalho, logo após o início de mais um dia laboral, aglomerando-se à porta da entrada principal.

 

Os funcionários dispersaram algumas horas depois, ainda no período da manhã, de forma espontânea, perante o olhar atento de elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e da Polícia de Proteção.

 

Num vídeo que registou a aglomeração e disseminado nas redes sociais ouve-se a voz de uma mulher a dizer: "Queremos o que é nosso de direito", numa alusão a casos de redução nos salários que o Governo já assumiu estarem a ser provocados por erros de enquadramento da nova Tabela Salarial Única (TSU).

 

O Ministério da Economia e Finanças prometeu pronunciar-se ainda hoje sobre o assunto.

 

Numa nota que emitiu no dia 28, a Associação Médica de Moçambique ameaçou realizar uma greve nacional para contestar irregularidades no seu enquadramento na TSU, aprovada e promulgada em outubro.

 

"A greve terá a duração de 21 dias prorrogáveis, com início às 07:00 do dia 07 de novembro", refere a Associação Médica de Moçambique, um dia após uma reunião nacional da classe que juntou médicos de todo o país.

 

Em cartas divulgadas nos meios de comunicação social, grupos de professores também ameaçam paralisar a atividade e boicotar os exames que vão começar nas próximas semanas, queixando-se de erros de integração nos novos escalões salariais no Estado.

 

O ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, disse em outubro no parlamento que "há espaço" para os funcionários públicos apresentarem reclamações para a correção do seu enquadramento na nova TSU.

 

"Há espaço para que as pessoas, querendo, poderem reclamar do enquadramento e em função disso há um tempo de resposta e depois é que teremos os salários definitivos", afirmou Tonela.

 

A TSU foi aprovada pelo parlamento e promulgada pelo Presidente da República pela segunda vez, em outubro, depois de o documento ter sido devolvido pelo executivo à Assembleia da República na sequência da deteção de "inconformidades".

 

A nova matriz salarial no Estado tem 21 níveis, entre 8.756 e 165.758 meticais (entre 134 e 2.580 euros), em vez de 103 escalões, como ocorria anteriormente.(Lusa)

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