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quinta-feira, 08 setembro 2022 07:37

Cabo Delgado: Borrell reúne-se com Nyusi e entrega equipamento não bélico

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, começa hoje uma visita de dois dias a Moçambique, em que vai reunir-se com o Presidente, Filipe Nyusi, e entregar equipamento não bélico para apoiar o combate em Cabo Delgado.

 

O alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da União Europeia (UE) deverá reunir-se hoje com o chefe de Estado moçambicano e com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo.

 

Na sexta-feira, Borrell vai visitar a Missão de Formação Militar da União Europeia (EUTM Moçambique), no campo de treino da Katembe, margem sul de Maputo, "onde vai testemunhar a cerimónia de entrega de equipamento financiado pelo Mecanismo de Paz Europeia".

 

O reforço de equipamento para as tropas que a UE está a formar tem sido um pedido feito pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e inclui material não bélico, como fardamentos e material de apoio à logística militar no terreno.

 

Na ocasião, Borrell vai ainda participar na cerimónia de mudança de comando da EUTM Moçambique: o brigadeiro general Lemos Pires cede lugar a outro português, o comodoro Martins de Brito.

 

A missão apoia o treino de unidades de reação rápida das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e conta com 119 membros de 12 países.

 

Portugal assume o comando da missão e é o país com o maior contingente, atualmente de 68 militares dos três ramos das forças armadas e GNR.

 

No evento participa também o secretário de Estado da Defesa português, Marco Capitão Ferreira.

 

Além de Cabo Delgado, Borrel tem uma agenda com outros temas, como as implicações da guerra na Ucrânia, nomeadamente o impacto sobre a segurança alimentar e a situação geopolítica global.

 

No sábado, Borrell seguirá viagem de Moçambique para o Quénia.

 

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

 

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.

 

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.(Lusa)

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