Sir Motors
Levamos um dia a digerir o pronunciamento do PR Filipe Nyusi acerca do financiamento do terrorismo por parte das bombas de combustível a partir da província central de Sofala. Não se percebe porque é que Nyusi tenha feito um pronunciamento tão leviano, quanto irresponsável.
Ele é o garante da Constituição, é o Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, tem toda a máquina governativa a trabalhar para si e, por isso, impõe-se que se lhe pergunte:
Se sabe quem são os tais empresários que financiam o terrorismo, que medidas tomou contra os mesmos? Os visados foram objecto de alguma medida jurisdicional, como por exemplo a privação da liberdade? O PR exigiu a tomada de medidas junto da PGR (Procuradoria Geral da República), do SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal) e outras agências de Lei e Ordem?
Então, se sabe quem são, o PR exigiu que a PGR, o SERNIC, lançassem mão a medidas preventivas previstas na Lei de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa, nomeadamente o arresto de bens, congelamento de contas bancárias?
Mais ainda, a revelação pública daquela informação ajuda ou prejudica as investigações? Aquela revelação não terá servido de alerta para os tais financiadores e doravante tomarem medidas para ocultar tais actividades e/ou até furtarem-se à justiça?
Os donos das bombas de combustíveis, a ser verdade que financiam o terrorismo, onde é que adquiriram o capital para iniciar as actividades? O capital é interno ou externo? Se for externo, como é que foi feita a respectiva importação? Qual é que foi a intervenção da autoridade cambial? Que diligências foram efectuadas para aferir a origem dos fundos? Com quem esses empresários têm ligações? (Carta)
