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segunda-feira, 20 junho 2022 09:55

Terroristas atacam Ancuabe pela quinta vez em menos de duas semanas e matam duas pessoas

Os terroristas atacaram, no último sábado, pela quarta e quinta vez, respectivamente, as aldeias Nanoa e Nikwita, a poucos quilómetros da sede do distrito de Ancuabe.

 

O ataque acontece quase dois dias depois do Comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, ter escalado maior parte de distritos afectados pelo terrorismo, incluindo Ancuabe, onde os terroristas desafiam o poder militar do estado.  Fontes locais revelaram à "Carta" que os terroristas começaram por atacar Nanoa, por volta das 18:00 horas e, de seguida, a aldeia Nikwita, esta última localizada ao longo da estrada Silva-Macua/Unguia.

 

De fontes locais, apurámos que, em Nanoa, os atacantes mataram uma pessoa a tiro e outra morreu carbonizada, totalizando duas vítimas mortais. Durante a incursão, também foram destruídas várias palhotas  e parte da população está a deslocar-se para zonas consideradas seguras como Metoro e cidade de Pemba e outros locais.

 

Já na aldeia Nikwita, de acordo com as nossas fontes em Ancuabe, os terroristas atacaram e queimaram uma viatura Mahindra que se acredita que estava em direcção à aldeia Nanduli, numa missão delegada pelo combatente da luta de libertação nacional, Alberto Chipande, que está no processo de transferência dos seus bens, incluindo (a criação de bois) de Nanduli a Mieze.

 

Contam as fontes que, na mesma viatura, estavam elementos da UIR e que parte deles terá perdido a vida no local do ataque.  

 

Com o agravamento da situação no distrito de Ancuabe, o preço do transporte disparou este domingo, de 150 para 250 meticais para a cidade de Pemba e de 100 para 150 até à sede do posto administrativo de Metoro, num troço de apenas 18 quilómetros.

 

Enquanto isso, outras aldeias daquele distrito como Impire, Ntutupue, Nipataco e Silva-Macua, localizadas ao longo do Troço Sunate-cidade de Pemba, também estão praticamente abandonadas.

 

Por outro lado, a cidade de Pemba continua a receber mais deslocados que se vêm juntar aos mais de 170 mil registados até fim de 2021. Refira-se que, na semana passada, a Organização Internacional das Migrações (OIM) estimava que cerca de 12 mil pessoas já tinham deixado as suas residências por conta dos últimos ataques nos distritos de Ancuabe, Mecufe e Chiúre, maior parte delas crianças. (Carta)

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