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quinta-feira, 17 janeiro 2019 06:12

Dário Camal nos “píncaros” da União Africana

O jovem moçambicano Dário Camal foi eleito o primeiro “Youth envoy Council” (ou seja “jovem enviado”) do Conselho da Juventude da Comissão da União Africana – um fórum daquela organização continental, criado em Novembro de 2018, pela presidente da Comissão da União Africana Moussa Faki, com o objectivo de debater e resolver os assuntos que mais afectam e preocupam a juventude do nosso continente, bem como levar a voz dos jovens directo para a mesa de negociações juntos aos órgãos de decisão da Comissão da União Africana.


Camal, que toma posse em Fevereiro próximo na sede da UA, em Addis-Abeba, é poliglota e detentor de um currículo invejável. Especialista em Relações Internacionais e em Ciência Política, Camal é também actual presidente do comitê do conselho da Juventude da Commonwealth e Representante de Moçambique junto à “ African Youth for Development Commission (AYDEC)”. Camal tornou-se o porta-voz dos jovens de todos os países da União Africana. 
Aliás, o cargo para o qual foi eleito – tal como os restantes 9 membros do seu “board” – é exactamente para actuar como tal.O Conselho da Juventude Africana é um fórum paralelo à PYU (Pan-African Youth Union) – uma organização criada ainda nos anos 60, na altura das independências africanas, por líderes históricos como Samora Machel, entre outros, que na altura eram ainda jovens. A sua sede funciona em Cartum, no Sudão. 


Dário Camal – a par dos restantes membros do conselho – foi eleito num restrito concurso lançado pela UA, que teve acompanhamento especial da ONU e algumas empresas das maiores empresas de recrutamento a nível mundial. Nesse processo de eleição são levados em conta factores como nacionalidade, línguas, CV, género, experiência, distribuição geográfica. 
O “board” que acompanha inclui jovens provenientes da Tunísia, Tanzânia, RDC, RAS, Benin, Mauritânia, Uganda, Senegal e Chade – foram eleitos para o conselho da juventude da União Africana. 



De referir que a UA, dirigida por Moussa Faki, lançou a Agenda 2063, também conhecida por Agenda de Desenvolvimento da União Africana. Já a ONU, (através do seu SG, António Guterres) lançou a Agenda 2030 reforçado o papel da juventude para alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável (Carta)

O Obtala Limited aumentou a sua participação na subsidiária Montara Continental Limited de 75% para 100%, informou o grupo agro-florestal com sede na ilha de Guernsey. A tomada do controlo pleno da subsidiária pelo grupo Obtala decorreu da compra da participação de 25% detida pela Africa Resource Investment Limited contra o pagamento de 5,0 milhões de dólares, a serem aplicados na totalidade numa emissão de dívida do grupo.

 

A Montara Continental Limited controla a 100% a Argento Continental Corporation, empresa que detém concessões florestais em Moçambique que abrangem uma área de 312 465 hectares, nomeadamente na província de Manica. O grupo, que abandonou os negócios de retalho e mineiro para se concentrar no aproveitamento sustentável de recursos florestais em Moçambique e Gabão, onde detém 96 851 hectares e agrícola na Tanzânia, anunciou ter procedido à venda deste último negócio por 2,5 milhões de dólares.

 

Esta venda envolveu as subsidiárias Montara Continental Limited e Montara Limited que venderam a totalidade das suas participações nas subsidiárias Magole Agriculture Limited, Magole Land Limited, Milama Processing Company Limited e Wami Agriculture Company Limited à Envision Consulting (T) Limited, o parceiro do grupo Obtala na Tanzânia. O grupo informou ainda no comunicado ter o Volantis Fund, um fundo gerido pelo grupo Lombard Odier Asset Management, investido 2,0 milhões de libras em acções ordinárias, passando a deter 12,9% do capital social do grupo e ir investir 5,0 milhões de dólares na emissão de dívida. (Macauhub)

A produção hidro-energética anual da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) fixou-se em 13,659 GWh, em 2018, o que representa 1,39% acima do planeado, conseguida num ano em que, “mercê das medidas de gestão hidrológicas tomadas pela empresa, em conjugação com a melhoria das afluências, se verificou uma melhoria gradual de armazenamento de água na albufeira de Cahora Bassa”, lê-se numa nota de imprensa recebida hoje na nossa redacção. Para o corrente ano de 2019, a empresa estabeleceu 14.809 GWh como meta de produção.

 

A melhoria do desempenho e o aumento da produção energética, maximizando a capacidade instalada, resulta também do plano de modernização das infraestruturas da cadeia de produção, que a Hidroeléctrica de Cahora Bassa está a implementar, diz a empresa. “Trata-se do ‘CAPEX Vital 10 ano’, que prevê investimentos essencialmente na Barragem, na Central de geração, nas subestações do Songo e de Matambo e sobre as linhas de transporte de energia, visando aumentar a sua fiabilidade técnica e operacional, bem como prolongar o seu tempo de vida útil, volvidos mais de 40 anos de exploração". 

 

Face aos riscos hidrológicos e de concentração, o plano estratégico 2018-2022 prevê a expansão da capacidade produtiva, diversificação de negócios e a exploração de novas oportunidades de investimentos no sector energético. Recentemente em Assembleia Geral, a HCB aprovou alterações nos seus estatutos, que permitem a viabilização desta opção. Ao mesmo tempo, para a estabilidade da Empresa, viabilização dos programas críticos de investimento e implementação do processo de venda de 7,5% das acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa na Bolsa de Valores de Moçambique, foi aprovada pelo Governo a extensão da concessão da exploração do empreendimento de Cahora Bassa por mais 15 anos a partir de 2033. Sobre a mencionada alteração estatutária, a nota da empresa não especifica o que foi realmente alterado.(Carta)

O Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, chegou na quinta-feira ao “White Pearl Resort”, na Ponta Mamoli, para uma semana de férias. Masisi está acompanhado da mulher, Neo, e parentes chegados. White Pearl Resort é um “beach resort” de 5 estrelas, que já ganhou prémios internacionais das revistas Conde Nasté e Traveler como um dos 10 melhores “boutique beach” hotéis de África.

 

Há poucos dias, o lugar tinha recebido as honras da visita da famosa modelo Naomi Campbel (de 3 a 8 de Janeiro). Naomi fez depois a questão de postar na rede social Instagram, mencionando que as praias daqui tinham um ar divino ou são uma dádiva de Deus.

 

Esta avalanche de ricos e famosos que escala as praias moçambicanas prova uma vez mais que o país tem boas coisas para mostrar ao mundo, para além da corrupção endémica e da pobreza galopante, uma elite grudada no enriquecimento ilícito e uma sociedade geralmente passiva. 

 

O “White Pearl Resort” é propriedade de um investidor moçambicano, Florival Luís Mucave, que fez questão de pousar com Naomi, como uma destas imagens testemunha. Florival é, se calhar, dos poucos moçambicanos que decidiu investir em turismo de sol e praia e culinária virado para o seguimento dos ricos e famosos. Para se chegar ao White Pearl pode-se ir de helicóptero a partir do Aeroporto de Mavalane, num voo um charter diário, que leva aproximadamente 20 minutos; ou de carro, através da ponte da Katembe em direcção a Ponta de Ouro, desviando-se no cruzamento do Zitundo em direcção à Ponta Mamoli. São aproximadamente 1h30 de carro a partir de Maputo. (Carta)

O Comité de Protecção para Jornalista (CPJ), uma organização sediada em Nova Iorque, condenou, na quinta-feira, o silêncio das autoridades moçambicanas no caso da detenção do jornalista Amade Abubacar. Segundo o CPJ, as autoridades moçambicanas devem libertar imediatamente o jornalista da Rádio e Televisão Comunitária “Nacedje”, de Macomia. O CPJ diz que a Polícia deteve Amade Abubacar numa rua de Macomia, no passado dia 5 de Janeiro, enquanto fotografava e entrevistava pessoas que fugiam dos ataques dos insurgentes. 

 

Ângela Quintal, coordenadora do CPJ para África, exige que “as autoridades moçambicanas libertem Amade Abubacar, que se encontra detido sem acusação formal, e pare de censurar a cobertura da insurgência, detendo jornalistas e acusando-os de conluio com os insurgentes. Para Quintal, o facto de Moçambique estar num ano eleitoral, Cabo Delgado não pode ser uma área proibida para os órgãos de comunicação social trabalharem.

 

Os cidadãos merecem saber e têm o direito de fontes independentes e diversificadas de informações sobre o que está acontecendo em seu país, disse Quintal. Entretanto, o CPJ entrou em contacto com o Governador de Cabo Delgado, Júlio Parruque, que prometeu ao CPJ, em mensagem por WhatsApp de 7 de Janeiro, partilhar informações no dia seguinte. Ele nunca mais deu sinal de vida. Em declarações ao CPJ, o irmão do jornalista, Ali Abubacar, disse que sua família ainda não sabe das razões por que Amade foi preso e por que não lhes é permitido falar com ele. Segundo o CPJ, Amade Abubacar foi despromovido da chefia da redacção da rádio em Setembro de 2018, por "supostamente reportar com muita frequência a insurgência". Amade Chale, que sucedeu Abubacar como chefe da rádio, não respondeu ao pedido de comentários do CPJ. (O.O.) 

A organização de direitos humanos, Amnistia Internacional, pediu às autoridades moçambicanas que libertem “imediata e incondicionalmente” o jornalista Amade Abubakar, detido ilegalmente por militares na província nortenha de Cabo Delgado. Segundo testemunhas oculares, Abubacar foi detido na vila de Macomia quando fotografava pessoas que fugiam do interior do distrito, onde grupos terroristas, considerados fundamentalistas islâmicos, atacam aldeias. Acredita-se que Abubacar tenha sido levado para uma prisão militar em Mueda, a cerca de 30 km de Macomia.  

 

“Amade Abubacar é um respeitado jornalista que foi preso quando colhia depoimentos de pessoas que fugiam de ataques mortais em Cabo Delgado. Esta é mais recente uma demonstração de desprezo pela liberdade de expressão e liberdade de imprensa por parte das autoridades moçambicanas, que veem os jornalistas como uma ameaça e os tratam como criminosos”, afirmou Tigere Chagutah, Director Adjunto da Amnistia Internacional para a África Austral, num comunicado de imprensa distribuído ontem. 

 

“Amade Abubacar está detido em regime de incomunicabilidade sem acesso a um advogado. As autoridades moçambicanas devem libertá-lo imediata e incondicionalmente e garantir que os jornalistas possam fazer o seu trabalho sem receio de represálias”, disse Chagutah. “Em vez de visar jornalistas que estão cobrindo os ataques em Cabo Delgado, as autoridades moçambicanas deveriam procurar entender as causas da violência e tomar medidas para proteger os civis”, acrescentou a fonte.  Abubacar trabalha na rádio comunitária Macomia, propriedade do Instituto de Comunicação de Massa (ICS). Ele é o segundo jornalista detido ilegalmente em Cabo Delgado no espaço de um mês. Em Dezembro, o fotojornalista Estácio Valoi foi detido sem acusação durante cerca de 48 horas. Embora já tenha sido libertado, os militares confiscaram o seu equipamento.(Carta)