A Nautilus Pastelaria, localizada na esquina entre as Avenidas 24 de Julho e Julius Nyerere, na cidade de Maputo, vai fechar as portas no próximo domingo (20 de Setembro), levando 80 trabalhadores ao desemprego. A informação, segundo os trabalhadores, foi comunicada há menos de um mês, através de um aviso prévio de sensação da relação laboral entre as partes.
Embora surpresos com a decisão tomada pela gestão do estabelecimento, os trabalhadores disseram à “Carta” terem sido comunicados que serão indemnizados, consoante o período de trabalho de cada funcionário.
“Quando nos reunimos para dar essa informação, ficamos todos surpresos. Eles dizem que vão pagar as nossas indemnizações, mas estamos todos preocupados porque a pastelaria e a padaria vão encerrar este domingo e, até aqui, não falam nada desde que nos entregaram as cartas de aviso prévio. Até aqui, não há movimentos em relação aos salários deste mês, não sabemos onde encontrar o patronato, caso não honre com seus compromissos, pois, eles dizem que vão para outro escritório, onde ninguém conhece”, conta um dos funcionários.
“Já estamos praticamente no processo de mudança, muita coisa já está sendo embalada e estão a levar aos poucos. Não sabemos para onde, porque o patrão não diz nada. Até hoje não colaram nenhuma informação na porta para que os clientes também tenham o conhecimento do encerramento neste domingo. Não sabemos quais são as razões do encerramento, o que estão para fazer neste local, porque a informação é escassa e ninguém nos diz algo de concreto desde que nos deram as cartas. Aqui temos colegas que trabalham há mais de 22 anos e estão desesperados porque não têm certeza se, de facto, serão indemnizados”, acrescenta outro trabalhador, em conversa com a nossa reportagem.
Clientes espantados
Clientes do estabelecimento, ouvidos pela “Carta”, não esconderam o seu espanto pela informação. Yasmin Rajah, residente no Bairro Central, disse à “Carta” ter sido a primeira vez a ouvir que o Nautilus iria fechar. Conta ser seu local predilecto, pois, para além de tomar café, aproveita o espaço e a respectiva internet para fazer os seus trabalhos da faculdade.
Quem também ainda não sabia que aquele estabelecimento comercial iria fechar é Cris Samamad, que disse ser o local ideal para fazer negócios, tendo em conta que é naquele local onde tem encontrado os seus clientes na imobiliária.
“Carta” contactou a gerência da pastelaria para inteirar-se do processo de encerramento do local e o estágio de pagamento das indemnizações, mas esta limitou-se a dizer que “ainda não ouvi nada sobre este encerramento”, razão pela qual “ainda não temos nada colado por aqui”. A representante da gestão do estabelecimento negou se identificar. (Marta Afonso)