A Operation Water e o Governo de Moçambique anunciaram, na semana finda, uma parceria para o desenvolvimento de infra-estruturas de água em todo o país, através de um contrato de concessão que irá apoiar oito projectos de água, estimados em 23 milhões de USD.
De acordo com o comunicado recebido na nossa Redacção, o contrato, assinado no dia 22 de Abril, prevê uma concessão de 30 anos, a mais longa concedida pelo Governo, impactando, numa fase inicial, mais de 300 mil pessoas de várias comunidades carentes.
É a primeira parceria público-privada em Moçambique e a segunda deste tipo em toda a África para o fornecimento de água segura e limpa e é também uma abordagem inovadora, pois alavanca as eficiências das fontes de capital do sector privado, (sobretudo agências de crédito de exportação, instituições financeiras de desenvolvimento e parceiros de capital com orientação filantrópica), garantindo ao mesmo tempo o apoio total do sector público, na execução da infra-estrutura básicas.
De acordo com a nota, o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Moçambique, João Osvaldo Machatine, espera que a iniciativa com a Operation Water estimule várias outras iniciativas que envolvam o sector público e privado no desenvolvimento de sistemas de água e saneamento em todo o país.
A falta de acesso a fontes de água confiáveis é uma das maiores crises de saúde pública em Moçambique e em África no geral. Como consequência desse facto, 49% da população em Moçambique não tem acesso a fontes melhoradas de água doméstica para beber, cozinhar, saneamento e higiene pessoal.
“A parceria entre a Operation Water e o Governo vai garantir que a água seja entregue directamente às pessoas, eliminando a necessidade das mulheres se dedicarem à recolha física de água e dando oportunidade às crianças de frequentar a escola”, sublinha a nota.
O Director Executivo da Operation Water, Ryan Philips-Page, é citado pela nossa fonte a afirmar que o objectivo da organização que dirige reside em catalisar 'efeito cascata' em Moçambique e, consequentemente, deter os ciclos de doença e pobreza ao mesmo tempo em que se aposta nas melhorias na saúde, educação e igualdade de género.
“Começámos em Moçambique mas Angola virá a seguir. O nosso objectivo final é contribuir para o fim da crise global da água e promover o progresso social para os mais pobres e marginalizados”, acrescenta Philips-Page, citado em comunicado.
De acordo com a nossa fonte, a Operation Water irá iniciar a construção dos sistemas de tratamento de água no final de 2021, com o início de entrega de água prevista para 2022. (Carta)