Director: Marcelo Mosse

Maputo -

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BCI
quinta-feira, 19 novembro 2020 07:26

Carta do Leitor*: Péssimo atendimento no HCM

Na terça feira, dia 11 de Novembro, minha mãe sentiu-se mal pela madrugada. Levei-a ao Hospital Central de Maputo e chegados lá deparei-me com uma situação deveras desagradável.

 

Não sei se foi pela hora ou se foi mais uma reflexão do que se vive naquela instituição, mas a verdade é que o atendimento estava péssimo. Fui às pressas ao banco de socorro e solicitei a um dos enfermeiros uma maca para transportar a minha progenitora do carro ao interior do hospital. Qualquer um conseguia perceber a grande aflição em que me encontrava. A minha mãe não conseguia andar, só gemia de dor. Naquele momento só desejava que ela fosse levada para dentro do hospital para receber os cuidados de que necessitava. Entretanto, pelo tempo que passou até a maca chegar, parecia que estavam a construir uma. 30 minutos foi o tempo que transcorreu até que o enfermeiro levasse a maca até nós, e se levou, foi pela tamanha insistência da minha parte.

 

Enfim, conseguimos levar a doente a uma sala para observada pelos profissionais de saúde. Nessa sala, estavam várias mulheres doentes e inabilitadas, e foi ali onde  vi realmente o péssimo atendimento dos funcionários do hospital. Prestes a sair da sala, uma vez que não era permitido acompanhantes, vi diante dos meus olhos uma senhora de idade que aparentava ter os seus cinquenta e poucos anos cair da maca na qual estava deitada. Ver aquilo foi um choque e tanto, tive a sensação de que o meu mundo tivesse parado por alguns instantes. Naturalmente, como qualquer ser humano com sentimentos, fui lá ajudar a pobre mulher a se levantar para ficar na cadeira de rodas. No afã, deixei de lado as medidas de prevenção contra a covid-19, apenas queria ajudar a senhora a se levantar. Surpreendentemente, a enfermeira que estava na sala manteve-se quase inflexível diante da situação. Nem ao meu pior inimigo desejaria que passasse por situação semelhante.

 

Sou um jovem de 26 anos de idade cursando Ciências da Comunicação, mas perante aquela situação, vários pensamentos passaram pela minha mente, e um deles foi o de me tornar médico para ajudar a minha mãe, a pobre senhora caída e a todas mulheres que estavam naquela sala precisando de assistência médica. Será que Vossa Excelência, Armindo Tiago tem conhecimento do que acontece nos hospitais?

 

*Leitor devidamente identificado

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