Metade dos pais moçambicanos deixariam os filhos regressar à escola caso diminuíssem os casos de covid-19 ou mediante condições de prevenção da propagação da pandemia, segundo um estudo preliminar divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Saúde de Moçambique.
Cerca de 50% dos pais mandariam as crianças para a escola mediante a “diminuição de casos ou fim da pandemia, existência de medidas de higiene e segurança ou preparação psicológica das crianças”, disse Khátia Munguambe, docente na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior instituição de ensino superior do país.
Khátia Munguambe falava hoje em Maputo no primeiro dia da conferência científica sobre a covid-19 em Moçambique.
A docente acrescentou que os pais iriam preferir também que as escolas pudessem fazer o rastreio das crianças nos escolas.
Mas há desafios básicos nas escolas: não têm água, quanto mais sabão para lavagem das mãos.
O outro desafio é a dificuldade de garantir que as crianças cumpram medidas como o uso da máscara e o distanciamento nas salas de aulas.
O estudo indica ainda que há desconfiança dos pais sobre a capacidade das escolas de garantir tais condições.
A realização do estudo envolveu dez mil entrevistados em 222 bairros de pelo menos nove províncias moçambicanas.
Moçambique tem um cumulativo de 638 casos positivos de covid-19 e quatro óbitos.
O país vive em estado de emergência desde 01 de abril, prorrogado por duas vezes até 29 de junho.
Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 438 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.(Lusa)