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terça-feira, 05 novembro 2019 07:11

CMAM diz que orçamento cobre apenas aquisição de medicamentos essenciais

Para aquisição de medicamentos no país, o Governo investe anualmente cerca de 116 milhões de meticais. Porém, grande parte dos fármacos que são distribuídos nos hospitais nacionais provém de doações de parceiros, cuja contribuição ronda na casa dos 300 milhões USD. Essencialmente, os parceiros disponibilizam medicamentos para o tratamento de doenças crónicas (tuberculose, HIV/SIDA e outras) bem como para a saúde materno infantil.    

 

António Assane, Director da Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM), disse, recentemente, que os fundos provenientes do Orçamento do Estado cobrem apenas a aquisição de medicamentos essenciais.

 

E das poucas vezes que resta, anotou Assene, é aplicado na aquisição de medicamentos de especialidade, visto que, se o valor for usado para compra dos fármacos que os grandes hospitais precisam, não haverá medicamentos suficientes para 80 por cento da população moçambicana.

 

António Assane, que falava sobre as medidas que estão a ser tomadas pelo Ministério da Saúde (MISAU) para superar a falta de medicamentos em algumas unidades sanitárias, disse, no entanto, que está, neste momento, em discussão a criação de espécie de seguro de saúde destinado às pessoas com capacidade financeira, permitindo que pouco medicamento disponível nos hospitais seja para aquele cidadão de baixa renda. 

 

Detalhou que a medida poderá garantir que aquele que não tem condições para comprar, tenha medicamentos, e aquele com poder de compra contribua na aquisição dos medicamentos.

 

Entretanto, Assane aponta como principais desafios do sistema de distribuição de medicamentos no país: falta de pessoal nas unidades sanitárias que saibam fazer a quantificação dos medicamentos que precisam por mês, o que pode ajudar melhor o estado no futuro a decidir qual é o orçamento apropriado para garantir medicamentos para todos, armazéns de medicamentos com mínimas condições.

 

O director apontou, igualmente, a falta de um sistema de controlo de consumo dos medicamentos em cada unidade sanitária bem como de viaturas apropriadas para o transporte e distribuição de medicamentos.

 

“Usamos carros alugados e para as zonas de difícil acesso somos obrigados a contratar pessoas para carregar na cabeça”, sentenciou. (Marta Afonso)

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