O Governo da Zâmbia vendeu recentemente 45% da sua companhia estatal à EA, para salvar a empresa, que se encontrava num caos, tal como se encontra a nossa companhia de bandeira. Indiscutivelmente a maior companhia aérea de África em termos de receitas e lucros, a EA não quer apenas deter a hegemonia dos céus do continente: ela também busca impulsionar o espaço aéreo fragmentado de África, por meio de uma maior conectividade, formação de alianças estratégicas, além de lançar ou reativar novas companhias aéreas africanas soberanas.
A 16 de Agosto deste ano, Tewolde Gabremariam, o CEO da ET sugeri deveria ser co-propriedade dos governos africanos. Tewolde disse que o governo da Etiópia deve aproveitar a estatura da companhia para consolidar o seu lugar no continente. "Como companhia aérea Pan-Africana, não vejo qualquer razão para não vender as acções minoritárias da Ethiopian Airlines aos países africanos, se elas estiverem interessadas em comprar."
A optimista declaração de Tewolde reflete também uma nova era na Etiópia. Desde que o primeiro-ministro Abiy Ahmed chegou ao poder em Abril, ele supervisionou reformas radicais que mudaram a trajetória do país. Isso inclui a introdução de uma importante política destinada a afrouxar o monopólio do governo em vários setores económicos importantes, incluindo a aviação e as telecomunicações.
As palavras de Tewolde são também indicativas do sucesso recorde da EA em melhorar sua estrutura financeira, operacional, frota de aeronaves e números anuais de passageiros. No ano fiscal que terminou em Julho de 2018, a transportadora anunciou que comprou uma participação de 45% para reativar a Zâmbia Airways, que entrou em liquidação em 1994. Para consolidar a sua presença regional, também iniciou negociações para estabelecer novos centros em Moçambique (ja operacional desde 1 de Dezembro), Chade e a Guiné Equatorial, para além das que já opera no Malawi e no Togo.
A ET aumentou de 58 para mais de 100 destinos internacionais. No final de Julho, a companhia aérea anunciou um acordo com a DHL para construir o maior centro de logística de carga em todo continente. Para atrair mais do que seus atuais 10,6 milhões de passageiros, a companhia aérea apresentou um plano que permite aos viajantes descobrir e experimentar os muitos tesouros históricos, culturais, religiosos e naturais da Etiópia. A partir de Junho, a Etiópia introduziu um serviço de visto eletrónico para todos os visitantes internacionais, facilitando o acesso de passageiros com escalas para entrar no país.
A EA é a maior companhia deíaviação continental e tem uma politica chamada visão 2025, com a qual pretende continuar a ser a maior e caberá ao governo moçambicano, se quiser salvar a LAM, vender parte da sua “soberania”, para não deixar a LAM na bancarrota. (L.N.)