Localizado no distrito de Boane, província de Maputo, o Parque Industrial de Beluluane clama, neste momento, por mais vias de acesso para permitir maior e melhor fluxo de pessoas e bens das 35 empresas instaladas naquela zona franca industrial, construída há 19 anos.
“O número de trabalhadores no Parque subiu com o aumento de empresas em comparação à altura em que essas estradas foram construídas. Ademais, essas vias estão abertas para a comunidade e, por consequência, o tráfego aumentou”, disse há dias, em entrevista à “Carta”, o director-geral-adjunto da zona, Onório Manuel.
Numa conversa em que o jornal buscava os desafios, avanços e perspectivas do Parque, Manuel disse que, para além de preços competitivos de energia eléctrica, o Parque clama ainda por mais vias de acesso para satisfazer as necessidades dos investidores aí instalados.
Segundo o director-geral-adjunto daquela zona económica especial, a insuficiência de vias de acesso gerou um pensamento de desenvolvimento de um porto-seco no local, havendo já um potencial investidor que está a conduzir um estudo de viabilidade para construir a infra-estrutura, junto à linha férrea, que passa pela zona norte do Parque, ligando a vizinha ESwatini (antes Swazilândia), o porto de Maputo e o da Matola.
“A ideia é, com base nessa linha férrea, nós pormos um porto-seco para escoar mercadoria do Parque, mas não só, mesmo aquela que usa a Estrada Nacional Número 4 [EN4], com destino à Cidade de Maputo, poder ser desviada para o porto-seco e, daqui, toda a mercadoria iria de comboio para a cidade”, explicou a fonte.
Para além de destacar a importância da infra-estrutura dentro do Parque, Manuel disse que, com o porto-seco, se irá reduzir, igualmente, o tráfego que existe na EN4 provocado por camiões, bem como o congestionamento que existe no porto de Maputo.
Envolvendo o Parque, o Porto de Maputo, os Caminhos-de-ferro de Moçambique, o referido estudo de viabilidade está a ser levado a cabo pela “Chinese Overseas Infrastructures Development, Investiment Corporation” (COIDIC), e financiado pela Chine Africa Development Fund (CARD FUND).
Embora em decurso há mais de um ano, Manuel disse que, até agora, ainda não há datas do término. “O estudo está a correr e ainda não temos datas de término. São estudos complexos que envolvem não só o Parque, mas também países vizinhos (…) para aferir a quantidade de mercadoria com potencial para ser escoada a partir do porto-seco, a ser instalado no Parque Industrial de Beluluane”, justificou a fonte.(Evaristo Chilingue)