A AGRA (Aliança para Revolução Verde em África) e a Gapi lançaram, no passado dia 13 de Junho corrente, em Quelimane, um projecto que visa o relançamento da cadeia de valor do arroz, através do fortalecimento da produção e das ligações com o mercado, numa acção que, durante os três anos, envolverá mais de 100 mil pequenos produtores, de cinco distritos da província da Zambézia.
Este projecto, denominado Moz-Arroz, insere-se na estratégia de apoio ao desenvolvimento rural e modernização da agricultura que a Gapi vem implementando ao longo de todo o país.
Além da participação da Gapi, o projecto é co-financiado pela Agra, que mobilizou fundos da Fundação Bill e Melinda Gates. A sua implementação é feita por um consórcio que envolve a Direcção Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar da Zambézia e duas empresas ligadas ao ramo, nomeadamente a Agro Comercial Olinda Fondo (ACOF) e African Fertilizer and Agribusiness Partnership (AFAP).
O Moz-Arroz propõe-se a contribuir para o aumento da segurança alimentar e rendimento dos produtores de arroz na Zambézia, através de intervenções que facilitem o acesso a sementes de variedades melhoradas, fertilizantes, tecnologias de gestão de água e mercado, bem como sistemas de produção por contrato.
Durante a cerimónia de lançamento, o director da AGRA em Moçambique, Paulo Mole, considerou que a intervenção da sua organização visa apoiar o fortalecimento e eficiência do sector através da melhoria da coordenação: “Este projecto vai de encontro a alguns dos principais objectivos que nos norteiam, nomeadamente, a necessidade de se fortalecer o acesso estruturado aos mercados; aumentar a disponibilidade e distribuição de insumos; e desenvolver uma plataforma de mercados agrícolas”.
Este projecto tem como base o trabalho anteriormente feito pela Gapi e financiado pelo Reino dos Países Baixos, que permitiu a revitalização da fábrica de processamento de arroz de Nicoadala, na província da Zarnbézia. A empresa IMPERE, criada pela Gapi para sanear e relançar a fábrica de processamento de arroz de Nicoadala. que já beneficia organizações de agricultores familiares, será um operador chave para assegurar o processamento e comercialização da produção local.
Para Fidel João, coordenador deste projecto ao nível da Gapi, “tal como em muitos outros projectos, o envolvimento da Gapi prende-se com o seu alinhamento com a agenda de desenvolvimento do Governo, sendo que, neste caso, visa responder à Estratégia Nacional de Desenvolvimento do Arroz de Moçambique, que prevê urn sector competitivo no sistema produtivo de pequenos agricultores integrado no sector comercial e capaz de satisfazer cada vez mais a procura interna e gerar excedentes".(FDS)