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BCI
quinta-feira, 23 maio 2019 05:42

FIFA desiste da ideia de 48 selecções no “Mundial” de 2022 no Qatar

A FIFA fez um anúncio nesta quarta que tranquilizou muita gente. A entidade comunicou no seu site que desistiu da ideia de ter 48 selecções já no "Mundial" de 2022, no Qatar. Gianni Infantino, presidente da FIFA, forçava para que a ideia fosse adiantada de 2026, como previsto, para 2022, criando uma série de problemas, mas com apoio de várias confederações (como da Ásia, África e até a Conmebol).

 

A entidade desistiu agora da ideia, depois de concluir um estudo de viabilidade que mostrou que não era possível. A inviabilidade decorre da situação política do Qatar com seus vizinhos.

 

O Qatar vive um bloqueio comandado especialmente pela Arábia Saudita, e envolve países como os Emirados Árabes Unidos. A situação de tensão é grande e o bloqueio já causou muitos problemas. Gianni Infantino tentou vender a ideia de que expandir o "Mundial" para 48 selecções já em 2022 e dividir a sede do Qatar com os vizinhos seria uma forma de o futebol tentar intermediar uma melhor relação entre os países. Uma balela inacreditável e, acima de tudo, perigosa. 

 

A FIFA fingira importar-se com as tensões do Médio Oriente mas o objectivo de um “Mundial” com 48 seleções era essencialmente financeiro. O problema é que também estava em cima da mesa uma proposta conjunta que envolvia o Soft Bank, do Japão, e investidores da Arábia Saudita para gerirem o “Mundial”, o “Mundial de Clubes” e criar uma competição baseada na “Liga das Nações”, da UEFA, mas de caráter mundial.

 

Mas a FIFA sabia, no entanto, que a possibilidade da Arábia Saudita ser envolvida causaria um desconforto político que iria muito além do Qatar. Há outros factores que colocariam a FIFA em apuros: a questão de direitos humanos, por exemplo. A entidade incluiu no seu revisto e melhorado caderno de encargos pontos importantes sobre respeito de direitos humanos, uma espécie de garantia para impedir que países que violem direitos humanos participem e vençam o “Mundial”.

 

A Arábia Saudita, nesse sentido, estaria numa situação grave, dado o caso recente do jornalista Jamal Khashoggi, saudita e opositor ao regime do país, morto dentro da embaixada saudita na Turquia. (Adaptado de trivela.com.br)

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