Foram precisamente 21 dias que o jurista Elísio de Sousa levou a escrever uma obra que inaugura a sua arte no mundo da literatura “motivacional”. Trata-se de uma obra onde ele revela notas sobre a sua infância, trajectória e convicções pessoais. O livro foi escrito a partir de um acontecimento inesquecível na vida do autor, que é o dia 21 de Fevereiro de 1980, a data em que ele nasceu e que, por coincidência, foi a mesma em que a sua bisavó Elisa perdeu a vida, dai o nome Elísio (homenagem à bisavó).
Este é o facto que levou Elísio De Sousa a escrever o livro “21 dias para o dia 21”, conforme explicou o seu apresentador, Carlos Mussanhane, general da PRM na Reserva.
O livro apresenta dicas e experiências quotidianas do autor e das pessoas. Estabelece uma ponte entre o sucesso e o fracasso. Procura “equilibrar” a concepção de derrota e vitória e ensina como não desistir dos seus sonhos, porque, de acordo com Elísio De Sousa, “o destino já foi determinado, mas para cada acto determinado há um horizonte indeterminável”, ou seja, o ser-humano deve estar em constante busca e nunca reconhecer o seu fracasso.
Para de Sousa, “na longa fila da vida, devemos reconhecer que sempre estamos no último lugar, pelo que devemos agir virtuosa e incansavelmente para estar em primeiro”.
A obra foi apresentada, esta quarta-feira (24), em Maputo, numa cerimónia em que foram também apresentados outras duas do autor, nomeadamente, “Código da Estrada: transgressões e multas, 2ª edição” e “Notas de Direito”. Oautor defende, na primeira (Código da Estrada: transgressões e multas, 2ª edição), apresentada por Cassamo Lalá, patrono da Escola de Condução Internacional, que das transgressões cometidas nas estradas moçambicanas “70% não têm nada a ver com as multas passadas e muito menos com o Código de Estrada vigente em Moçambique, mas com a falta de conhecimento dos condutores e do aproveitamento por parte da Polícia”.
Por isso, a obra apresenta aspectos didácticos para os condutores e acredita-se que a mesma possa contribuir para combater a sinistralidade rodoviária no país, assim como ajudar no combate a corrupção nas estradas.
Enquanto isso, em “Notas de Direito (Penal, Processual, Judiciário, Laboral e Outros)”, cuja apresentação coube ao Presidente da Associação Moçambicana dos Juízes (AMJ), Carlos Mondlane, o destaque vai para a “rivalidade” existente entre os principais actores do sistema judiciário.
Na obra, diz Mondlane, Elísio de Sousa denuncia a existência de uma suposta rivalidade entre os advogados do Instituto de Promoção e Assistência Jurídica (IPAJ) e os advogados das diversas firmas, porque os últimos acreditam que os primeiros não têm conhecimento do direito. A rivalidade estende-se também aos “advogados e juízes” e aos “procuradores e juízes” que não se veem com “bons olhos”.
Elísio de Sousa reflete ainda sobre algumas medidas inconstitucionais, como é o caso da proibição do uso de vidros fumados nas viaturas. Apresenta igualmente aspectos sobre a Lei de terras, que a considera uma fraude, pois, no seu entender, o artigo que proíbe a venda da terra por ser propriedade do Estado é uma autêntica falacia, porque “todos acabam comprando a terra”. Refira-se que com o lançamento destas obras, Elísio De Sousa passa a contar com sete livros nas livrarias. (Omardine Omar)