Um cidadão, daqueles que entendem que os carros não se estacionam nos passeios, parou a sua viatura no local apropriado para o efeito.
Fora de qualquer expectativa, o cidadão é abordado por um agente da Unidade de Protecção de Altas Individualidades (UPAI), posicionado na residência da Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, que ordenou ao cidadão que colocasse uma parte da viatura no passeio.
A viatura estava estacionada na margem oposta à referida residência, sem que houvesse qualquer sinal de proibição. Ao recusar, pela segunda vez, em colocar o carro no passeio, o agente reagiu com agressão física, dando ordem ao seu colega para ir buscar a arma e algemas que lhe foram colocadas, deixando marcas nos seus pulsos de tão apertadas que estavam.
Para completar o incidente, o agente indagava ao cidadão se na sua terra desacatar ordens de uma autoridade, provavelmente assumindo que se tratava de um estrangeiro dada a cor da sua pele. Depois de cerca de 30 minutos de “detenção”, o cidadão foi liberto e seguiu para apresentação de queixa no comando da unidade.
Os responsáveis da mesma deslocaram-se ao local para esclarecimentos, tendo os respectivos agentes pedido desculpas pelo acontecido e que não apresentasse queixa formal.
O responsável esclareceu que, para além do absurdo do comportamento excessivo, as algemas colocadas não fazem parte do equipamento dos agentes da unidade, competindo-lhes apenas a protecção da residência e não a determinação de onde ou como se estacionam as viaturas na estrada.
Este caso ilustra não apenas o comportamento abusivo de um agente de proteção como o absurdo da prática vulgarizada de estacionar nos passeios.
Um cidadão que estaciona devidamente e de acordo com a lei, é incomodado, agredido e algemado, quando milhares de outros impedem os pedestres de circular livremente sem qualquer acção coerente com o estipulado para uma cidade harmoniosa.
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