A PCA da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) defendeu, esta quarta-feira, que as instituições de ensino superior devem criar centros de pesquisa sobre matérias de género, como forma de aprofundar a compreensão sobre o tema e promover a igualdade entre os homens e as mulheres.
Para Graça Machel, a abordagem científica das relações de poder entre os homens e as mulheres irá contribuir para “desconstruir narrativas de subalternização das mulheres, bem como aquelas relacionadas ao racismo e à classe social”.
A activista dos direitos humanos lançou o desafios à academia, em Chonguene, província de Gaza, numa palestra promovida pela Universidade Save, onde dissecou sobre a educação da rapariga como um elemento de desenvolvimento das comunidades.
“A Universidade Eduardo Mondlane teve um centro de estudo de género que ajudou a entender a situação e deve ter trazido algumas propostas de solução. Penso que o centro já não existe. É necessária uma abordagem académica, legítima, trazida pelas universidades, que produzam a transformação, através de reformas legais, sociais e políticas”, frisou.
Uma das formas de estabelecer os centros de pesquisa, segundo Graça Machel, é a formação na área de género de docentes em níveis de mestrado e doutoramento, o que permitirá a captação de novos conhecimentos e experiências sobre mecanismos de eliminação de processos de inferiorização das mulheres.
A oradora sublinhou que o equilíbrio nas relações de poder e o investimento na educação das raparigas é determinante para romper o ciclo de pobreza nas famílias, em grande parte imposto às mulheres.