A Empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) alcançou com êxito, através da empresa Fly Modern Art (FMA), empresa contratada para revitalizar a transportadora, a posição de endividamento reduzido em 47,3 milhões de USD, atingindo deste modo um rácio de dívida/capital próprio inferior a 1 e deixa de ser considerada tecnicamente insolvente (um estado em que o devedor tem prestações a cumprir superiores aos rendimentos que recebe).
A informação foi partilhada esta segunda-feira, pelo representante da LAM que trabalha directamente com a equipa da Fly Modern Art (FMA). Sérgio Matos explicou que a FMA suspendeu todas as condições de crédito na venda de bilhetes, o que aumentou a receita da LAM de vendas em 15 por cento.
Em relação ao valor dos 47 milhões de dólares, Matos explicou que para a recuperação do mesmo não houve injeção por parte do Governo, mas observou que há certos aspectos que não precisam ser esclarecidos.
“A recuperação desse valor foi mesmo por cobrança de alguns clientes que em tempos ficaram um longo período sem pagar e tivemos de fazer uma intervenção um pouco agressiva e conseguimos recuperar um bom valor para a companhia”, disse.
No entanto, o valor total da dívida da LAM relativa à venda de bilhetes estava avaliado em 60 milhões de USD e, até agora, a companhia conseguiu cobrar do Governo e dos privados 23 milhões de USD, enquanto outros 20 milhões resultam de uma ginástica financeira feita pela empresa.
Em relação aos trabalhos que estão a ser desencadeados pela FMA para revitalização da LAM, Matos disse que neste momento a empresa está a trabalhar e pretende trazer os seus equipamentos e algum capital para alavancar o negócio. “A FMA vai trazer mais aeronaves e, se tudo correr bem, em duas semanas, a LAM irá ter mais duas aeronaves em Maputo e as outras vão ser alocadas faseadamente e, posteriormente, a empresa fará a divisão dos lucros com a companhia aérea nacional’’.
No processo de revitalização da LAM está assegurada a racionalização da força de trabalho. “Actualmente, a LAM está com 753 funcionários e este número dá um rácio de 115 por aeronave, no entanto, o ideal seria de 20 a 40 por aeronave. Para optimizar, podemos retirar alguns que não estão no seu desempenho desejado e trazer outros, o que significa que, aumentando o número de aeronaves, não haverá necessidade de limpar um grande número de pessoal”.
A título de exemplo, a LAM está agora a operar com sete aeronaves, sendo que muitas vezes operam apenas cinco porque duas estão sempre em manutenção.
″Mas acreditamos que dentro de três semanas vamos ter nove aeronaves, mas o que se pretende é ter entre 14 a 15 aeronaves e, tendo este número, vamos precisar de pouco mais de 700 trabalhadores″.
Lembrar que o contrato de trabalho entre a FAM e a LAM é de seis a 12 meses, no entanto, é do interesse da companhia aérea nacional que o mesmo seja cumprido num período de seis meses. (Marta Afonso)