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quarta-feira, 19 abril 2023 07:36

Tentativa de asssassinato de Nini Satar: Julgamento arranca amanhã

nini satar

Moçambique e o mundo testemunham amanhã, 20 de Abril de 2023, o arranque do julgamento do caso de tentativa de assassinato de Momade Assif Abdul Satar, mais conhecido por Nini Satar, ocorrido em Fevereiro do ano passado, no Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança, vulgo B.O., local onde o alvo se encontra detido em cumprimento de uma pena de 24 anos pelo seu envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso.



De acordo com a Televisão de Moçambique (TVM), o julgamento vai decorrer nas instalações da Cadeia da B.O., mesmo local onde decorreram os julgamentos das dívidas ocultas e do assassinato de Carlos Cardoso. O julgamento está sob comando da 1ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Machava, Município da Matola, província de Maputo.



No banco dos réus, diz a TVM, estarão sentados quatro arguidos, com destaque para Leão Wilson, indivíduo detido na B.O. e que fora contratado para executar o macabro plano. Também contará com a presença de Edson Muianga, agente da Polícia que integra o grupo que engendrou o plano de eliminar Nini Satar. Damião Mula e António Chicuamba completam a lista de réus, sendo que o quinto arguido continua foragido. “Carta” apurou, em Maio do ano passado, tratar-se de Lenine Macamo, agente da Polícia tido como cabecilha do plano.


Ao que “Carta” apurou, o esquema foi desenhado por três agentes da Polícia, dos quais dois afectos à PRM (Polícia da República de Moçambique) e um ao SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal). O trio terá “contratado” um recluso da B.O., de nome Leão Wilson, para “executar o trabalho”.



Nas conversas a que Carta teve acesso, percebe-se que Nini Satar só não foi abatido por causa da chuva. A “operação” devia acontecer por ocasião de um banho de sol dos reclusos, mas houve dias de chuva ininterrupta, que impediram a aparição do sol.



Nas negociações, Lenine e parceiros tentaram convencer Leão Wilson de que a “encomenda” tinha a chancela da Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, e do Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, uma versão prontamente desmentida pela PGR.



O caso, sublinhe-se, acabou chegando aos ouvidos da inteligência penitenciária, depois de Wilson ter comentado com outro recluso, o que desencadeou uma investigação com vista a localizar os implicados. Lenine nunca foi detido e, até hoje, não se sabe do seu paradeiro. (Carta)

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