Foi de 100 milhões de USD o investimento aplicado na nova fábrica de cerveja da Heineken inaugurada esta quarta-feira (13) pelo Presidente da República em Bobole, distrito de Marracuene, perante aproximadamente 500 convidados. A nova Cervejeira, que na sua fase de construção (a primeira pedra foi lançada em Dezembro de 2017) empregou mais de 2 mil pessoas, conta actualmente com 200 trabalhadores, dos quais 96% são moçambicanos que passaram por uma formação nos últimos 12 meses.
De acordo com dados tornados públicos, a juntar-se à ‘Txilar’ outras marcas internacionais como Heineken, Amstel, Sagres e a Strongbow sairão da Cervejeira ora inaugurada, com capacidade para produzir 0.8 milhões de hectolitros. Foi em 2016 que a Heineken, uma das mais prestigiadas marcas do mundo, iniciou as suas actividades em Moçambique. Na altura abriu um escritório de vendas e marketing, para importação de marcas internacionais.
A principal aposta da companhia é ser um parceiro de peso no crescimento em Moçambique, tendo em conta que actualmente o consumo de cerveja ronda os 10.5% ‘per capita’. Segundo Jean-François Van Boxmeer, CEO da Heineken, a população moçambicana é jovem e vibrante. Boxmeer adiantou que no nosso país as perspectivas económicas são encorajadoras, e “o mercado de cerveja tem grande potencial de crescimento”. A actual cerveja “Txilar” da Heineken é feita de milho produzido no distrito de Catandica, província central de Manica. Esta situação, conforme referiu Jean-François Van Boxmeer, poderá favorecer mais de mil agricultores. Filipe Nyusi destacou o impacto que a fábrica inaugurada em Bobole vai ter na economia nacional.
Para o Chefe do Estado, o empreendimento representa um investimento directo estrangeiro capaz de impulsionar a produção do milho e da mandioca em Moçambique. Com tal iniciativa, será melhorada a renda de muitos moçambicanos, para além de futuramente poder-se alargar a base tributária. Outra vantagem que poderá ser trazida pela Cervejeira da Heineken inaugurada em Bobole é de transformar os agricultores de subsistência em comerciais.
Heineken para patrono do Moçambola
Com base na obrigação da Responsabilidade Social que cabe aos grandes projectos no nosso país, o Presidente da República pediu ‘polidamente’ aos gestores da Heineken para que ponderem a possibilidade de aquela empresa ser patrona do Moçambola, a prova máxima do futebol nacional. A proposta de Filipe Nyusi surge na sequência das dificuldades financeiras que a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) está a enfrentar para realizar um campeonato com 14/16 equipas em que jogam ‘todos contra todos’. Ainda na sua intervenção,Filipe Nyusi referiu-se à necessidade de a Heineken estabelecer ligações com outras indústrias que produzem matéria-prima de bens e serviços usadas naquela unidade fabril, a fim de garantir incorporação de maior conteúdo local. (Marta Afonso)