O Banco Mundial aprovou hoje o equivalente a 250 milhões de dólares da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) para melhorar a mobilidade e a acessibilidade na Área Metropolitana de Maputo (AMM).
Mais concretamente, os fundos serão utilizados para (i) a construção do primeiro sistema de transporte rápido de autocarros (BRT) e instalações associadas na Área Metropolitana de Maputo, abrangendo as cidades de Maputo, Matola e a vila de Marracuene; (ii) melhoria do acesso aos bairros de baixo rendimento através de melhoramentos nas vias e estradas; (iii) a construção de infraestruturas de circulação não-motorizada, bem como a facilitação da mobilidade de grupos vulneráveis. Parte do projeto irá estender-se até o distrito de Boane.
"Estou muito satisfeita por termos alcançado mais um marco para melhorar a vida das pessoas, neste caso os habitantes da Área Metropolitana de Maputo", observou Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Diretora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Comores, Maurícias e Seicheles.
"Esta operação contribuirá, em última análise, para expandir a oportunidade económica e a inclusão social. O deficiente acesso à empregos e serviços constitui um grande constrangimento à produtividade económica urbana; dificulta o potencial de competitividade da cidade e é um elemento crítico de exclusão social subjacente à pobreza urbana."
O desenvolvimento económico da AMM nas últimas décadas tem sido associado a um rápido crescimento da urbanização e da motorização e de uma maior necessidade de mobilidade de pessoas e bens. A população da AMM cresceu rapidamente e espera-se que atinja quase 4 milhões de pessoas até 2035, o que representa um desafio acrescido à mobilidade na AMM.
As atuais deficiências do sistema de transportes e a grande distância para alcançar oportunidades limitam o potencial das economias de aglomeração ligadas à concentração da população, das empresas e dos mercados.
O baixo nível de acesso às oportunidades de emprego limita as oportunidades de mercado dos produtores, impede os
investimentos do sector privado através do aumento dos custos e impede as ligações entre mercados.
"Este projeto oferece uma abordagem integrada para responder aos desafios da mobilidade urbana na
AMM e apoia os objetivos a longo prazo de tornar a área metropolitana mais competitiva, mais verde e mais resiliente", acrescentou Fátima Arroyo Arroyo, Especialista sénior de Transportes Urbanos do Banco Mundial e líder da equipa do projeto "A AMM está agora num ponto de viragem para cumprir o seu potencial de transformação do país.
Esperamos que esta operação contribua, em última análise, para promover mudanças na forma como a cidade está a crescer de uma cidade congestionada, orientada para o carro, para uma cidade verde, resiliente e orientada para as pessoas, onde os transportes a pé e público estão no centro da visão metropolitana."
Esta operação apoiará também o reforço institucional e regulamentar dos transportes urbanos a nível nacional, metropolitano, municipal e local; e apoiará a capacitação do pessoal do sector público dos transportes, bem como a profissionalização dos operadores formais e informais de transportes públicos existentes.
O projeto tem integrado abordagens inovadoras para catalisar mudanças estruturais no setor, incluindo (i) foco na digitalização do setor, (ii) integração de mulheres e pessoas em situações de vulnerabilidade, (iii) integração da participação do sector privado num programa de longo prazo de formalização dos transportes públicos, e (iv) foco na construção de capital humano, apoiando a próxima geração de líderes de mobilidade urbana em Moçambique.
"Esta é uma operação centrada nas pessoas. A população em geral da AMM beneficiará de uma melhor gestão dos ativos de transporte urbano. O setor privado é outro dos beneficiários do projeto, uma vez que irá beneficiar-se da melhoria do acesso aos atuais centros de negócios e às empresas de retalho, o que acabará por estimular a atividade económica e o crescimento", acrescentou Mohammed Ajmal Askerzoy, Especialista Sénior em Transportes do Banco Mundial e co-líder da equipa do projeto.
O projeto está alinhado com o actual e o novo Quadro de Parcerias do Banco Mundial com Moçambique em preparação, em particular o seu enfoque em acelerar a transformação estrutural e fortalecer as instituições para uma melhor prestação de serviços e um desenvolvimento mais sustentável. O projeto está também alinhado com o Plano Diretor Global de Transportes Urbanos para o Grande Maputo (2015-2035), o Plano de Desenvolvimento Municipal da Câmara Municipal de Maputo (2019-2023) e o projecto de Estradas Seguras para Melhor Integração Socioeconómica em Moçambique. (Carta)