O Director da plataforma internacional de dança contemporânea-KINANI, Quito Tembe, recebeu, nesta terça-feira, em Maputo, insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras.
A condecoração feita pelo Embaixador da França em Moçambique e no Eswatini, David Izzo, vem honrar o que Quito Tembe tem feito há anos para o desenvolvimento da cultura em Moçambique, mas também pela sua ligação com a França.
Falando no evento, Tembe disse que aceita a distinção em nome dos jovens moçambicanos.
"Digo isto porque venho de uma sociedade, onde é extremamente complicado ver reconhecido o trabalho de jovens como eu, pior ainda neste segmento artístico e cultural", afirmou.
Para Tembe, aceitar esta medalha é expressão e sinal do seu reconhecimento pela audácia e exemplo que o governo da França dá ao colocar a arte e cultura (da França) no topo das agendas governativas e de cooperação internacional, o que faz deste país uma rara nação europeia verdadeiramente multicultural.
"Acredito que é na base desta visão que a França tende a reconhecer os jovens no activo e também prestar atenção a jovens como eu, deste recanto de África que é Moçambique".
Tembe refere que vê nesta medalha a oportunidade de motivar todos aqueles que fazem de Moçambique, verdadeiro celeiro de criatividade e da arte, como vector de identidade, mas também do desenvolvimento.
Destacou ainda que aceita a medalha em nome das comunidades dos fazedores da Dança e de todos os artistas, em especial à sua equipa de trabalho e amigos, que tem feito o seu melhor para que o país se torne num festival de nível internacional como é o caso do KINANI.
"Tenho consciência de que a dança não faz parte do vocabulário e nem do trabalho de muitos, mas ela é nossa, é de África e é esse veículo de comunicação silencioso, para o progresso, que estamos a alavancar". (Marta Afonso)