O Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM) apresentou, recentemente, o Relatório Anual sobre a Actividade de 19 seguradoras que operam em Moçambique. Dados disponíveis em site oficial da instituição revelam que, em termos do resultado líquido do exercício, as seguradoras facturaram 2.8 biliões de Meticais, dado que mostra alguma superação dos efeitos da pandemia da Covid-19, pois, em 2019, o sector amealhou apenas 1.5 bilião de Meticais.
Relativamente aos Fundos de Pensões Complementares, a nossa fonte refere que o volume das contribuições se situou em pouco mais de 1 bilião de Meticais, revelando um aumento de 20,1% face ao ano de 2019, tendo o desempenho financeiro dos respectivos fundos atingido o montante de 740,1 milhões de Meticais, uma redução de 47% face a 2019.
Citado pela nota, o Administrador Executivo do ISSM, Mércio Sitoe, associa o crescimento da produção global do sector de seguros à evolução dos Prémios Brutos Emitidos (PBEs) nos dois segmentos do mercado, “Vida” e “Não Vida”, que cresceram em 16% e 15,4%, respectivamente.
Além desses dados, “Carta” consultou o relatório do ISSM de 2020. O documento acrescenta que a situação financeira e patrimonial das empresas seguradoras registou um crescimento dos activos do sector, tendo-se situado em 47.7 biliões de Meticais, um crescimento de 25.4%, comparativamente ao ano transacto, tendo igualmente o passivo crescido em 18.9%, relativamente a 2019. Os capitais próprios cresceram 37.4%, relativamente ao período homólogo, situando-se em 18.2 biliões de Meticais.
O ISSM constatou ainda que o índice de sinistralidade do ramo “Vida”, que se foca essencialmente nas modalidades que contêm o risco em caso de morte, designadamente, nos seguros vida risco, tendo a sinistralidade, em 2020, se situado em cerca de 18.6%, apresentando uma redução de 11.7 pontos percentuais, comparativamente ao mesmo período de 2019. Contrariamente, o ramo “Não Vida” registou um nível de sinistralidade de 51.9%.
No sector de seguros, nem tudo correu bem em 2020. O relatório refere que a taxa de cobertura da margem de solvência da actividade seguradora situou-se em 419.5%, contra 484.3%, em 2019, apresentando uma redução de 64.8 pontos percentuais. (Evaristo Chilingue)