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quinta-feira, 04 novembro 2021 07:48

Rogério Zandamela enaltece medidas que fortificaram o Metical em 15% face ao Dólar

O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, enalteceu esta quarta-feira, em Nampula, várias medidas que contribuíram para apreciação do Metical face ao Dólar dos Estados Unidos da América e estabilização de preços no país.

 

Falando na abertura do 46.º Conselho Consultivo da instituição, Zandamela começou por lembrar que 2021 iniciou num ambiente marcado por elevados riscos e incertezas resultantes da rápida propagação da Covid-19, forte pressão cambial, intensificação dos ataques terroristas na zona norte do país e a ocorrência de calamidades naturais.

 

Na conjuntura internacional, a fonte reavivou que o ano foi caracterizado pelo surgimento de novas vagas de infecções e variantes do coronavírus, pela volatilidade dos preços internacionais das mercadorias e pelo fortalecimento do Dólar dos Estados Unidos da América.

 

Como consequência de factores internos e externos, Zandamela disse que o Banco Central viu-se obrigado a rever em alta as perspectivas de inflação para o presente ano, o que exigiu a tomada de medidas correctivas que garantissem a estabilidade macroeconómica e do sistema financeiro do país.

 

Além de pespectiva de inflação, o Banco de Moçambique, após um ciclo de redução das taxas de juro de referência em 2020, decidiu igualmente rever em alta a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 10,25 por cento para 13,25 por cento, na primeira reunião do Comité de Política Monetária que teve lugar em Janeiro do presente ano.

 

A instituição reforçou ainda as medidas referentes ao cumprimento da legislação cambial, com destaque para o aumento das inspecções on-site às instituições de crédito e sociedades financeiras.

 

“Em resultado destas medidas, alcançámos o nosso objectivo de estabilidade de preços e testemunhamos a estabilidade do Metical em relação ao Dólar dos Estados Unidos da América. Com efeito, a inflação anual situou-se em 6,0 por cento em Setembro de 2021, dentro da banda de um dígito, e o Metical apreciou-se em relação ao Dólar dos Estados Unidos da América em 15,0 por cento, de Janeiro até à data”, afirmou Zandamela.

 

Adicionalmente às medidas aludidas, o Banco Central fortaleceu a posição externa de Moçambique, com a manutenção das reservas internacionais brutas em níveis confortáveis, o que permite cobrir mais de seis meses de importações.

 

Segundo o Governador do Banco de Moçambique, o aumento das reservas internacionais contou, também, com a alocação dos Direitos Especiais de Saque pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no montante equivalente a 308 milhões de USD.

 

Em face da reabertura gradual das economias, impulsionada pelo relaxamento progressivo das medidas restritivas contra a Covid-19, num contexto de redução de infecções e de maior vacinação a nível mundial, registou-se uma melhoria na procura global a partir do segundo trimestre do corrente ano.

 

Com efeito, Zandamela lembrou que após uma variação ténue de 0,1% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto real registou um crescimento anual de cerca de 2%, no segundo trimestre de 2021, contra uma contracção de 3,5%, em igual período de 2020.

 

“Perante os resultados positivos alcançados nos indicadores sob nossa gestão, na última reunião do Comité de Política Monetária, realizada em Setembro de 2021, decidimos reduzir substancialmente os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e estrangeira. A redução dos referidos coeficientes de reservas obrigatórias permitiu injectar mais de 500 milhões de dólares dos Estados Unidos da América no sistema financeiro, que poderão contribuir para o processo de recuperação económica em curso”, reportou o Governador do Banco Central.

 

Para além desses resultados, Zandamela lembrou também todas as acções levadas a cabo pelo Banco de Moçambique, de Janeiro a esta parte, com destaque para a assinatura, com o Governo Francês, de um Memorando de Entendimento para a implementação do programa de assistência técnica na componente do branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo, bem como à assinatura dos acordos interbancários de subvenção com o banco alemão, KfW, no valor global de 6 milhões de euros, com o objectivo de apoiar financeiramente as micro, pequenas e médias empresas afectadas pela pandemia da Covid-19.

 

O Conselho Consultivo é um órgão de consulta do Conselho de Administração do Banco de Moçambique, onde são discutidos, em particular, temas de interesse institucional e da economia nacional, em geral.

 

Para o Conselho Consultivo deste ano, o Banco de Moçambique escolheu como tema “Desafios e Oportunidades na Comercialização e Processamento da Castanha do Caju: O Caso de Nampula”. (Carta)

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