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segunda-feira, 18 outubro 2021 09:49

Clima económico deteriora-se no terceiro trimestre de 2021

O indicador do Clima Económico (ICE) prolongou a tendência decrescente que vem registando desde o primeiro trimestre de 2021, facto que se deveu fundamentalmente à avaliação desfavorável da perspectiva de emprego, bem como à queda ténue (com tendência de estabilização) da procura futura no mesmo trimestre em análise. Esses dados foram recentemente publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

De acordo com a fonte, o saldo do ICE, no trimestre em análise, situou-se em 81.3 pontos, contra 84.4 pontos registados no segundo trimestre do ano em curso. Contudo, comparado com os anos anteriores, o perfil do ICE registado no trimestre de referência apresenta-se ligeiramente acima do verificado no trimestre homólogo de 2020, que foi de 80.7 pontos.

 

“Em termos sectoriais, a conjuntura desfavorável da economia no terceiro trimestre decorreu da apreciação negativa dos agentes dos sectores de produção industrial e de serviços (que inclui os serviços de transportes, alojamento e restauração, construção e dos outros serviços não financeiros), facto que permitiu suplantar o de comércio que registou um incremento substancial no período em análise”, lê-se no relatório do ICE.

 

O indicador da perspectiva da procura continuou a deteriorar-se no terceiro trimestre de 2021, apesar da ligeira diferença de saldo de respostas relativamente ao trimestre anterior, bem como o nível mais baixo da sua série temporal dos últimos quatro trimestres. Essa perspectiva desfavorável no trimestre em análise decorreu da avaliação pessimista do indicador nos sectores da produção industrial e de serviços, contrariando o sector do comércio que se apreciou positivamente face ao trimestre anterior.

 

Numa análise sectorial, o INE descreve que a perspectiva de emprego registou uma diminuição acentuada no terceiro trimestre se comparado com o trimestre anterior, facto que acontece pelo terceiro trimestre consecutivo, tendo o seu saldo atingido o nível mais baixo da respectiva série temporal. A Autoridade Estatística constatou que a perspectiva baixa de emprego foi influenciada pela previsão negativa do indicador no sector da produção industrial, facto que suplantou os restantes sectores alvos do inquérito.

 

Sectorialmente, a nossa fonte verificou ainda que a perspectiva dos preços registou uma subida ténue face ao trimestre anterior, tendo o seu saldo se situado acima do observado no mesmo trimestre de 2020. Em causa, estiveram as opiniões inflacionistas vinculadas a todas as actividades alvos do inquérito, com maior destaque em termos de amplitude para as actividades de produção industrial que registaram um incremento substancial no trimestre em análise.

 

Em relatório do ICE, a Autoridade Estatística do país verificou que, em média, 39% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no terceiro trimestre, situação que representou uma diminuição de 15% de empresas com constrangimentos face ao trimestre anterior.

 

O INE explica que tal facto foi influenciado, principalmente, pela redução de empresas com dificuldades em todos os sectores face ao trimestre anterior. Os sectores com maior frequência relativa de empresas com constrangimentos foram os serviços de transportes (46%), actividades da produção industrial (40%) e comércio (32%).

 

A publicação ICE é uma brochura sobre os resultados do inquérito de conjuntura, realizado trimestralmente pelo INE, a partir de opinião dos agentes económicos acerca da evolução corrente da sua actividade e perspectivas a curto prazo, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. (Carta)

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