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BCI
terça-feira, 14 setembro 2021 06:36

Grupo português Elevo fecha portas e deixa 700 trabalhadores à sua sorte

O Grupo Elevo, uma empresa de construção civil presente em vários países do mundo, acaba de fechar as portas dos seus escritórios em Maputo, abandonando 700 trabalhadores com vários meses de salário em atraso e sem dar nenhuma satisfação.

 

De acordo com os trabalhadores daquela empresa, a Elevo vinha demonstrando sinais de falência em Moçambique, desde a eclosão da pandemia do novo coronavírus no país. Como resultado, contam as “vítimas”, os proprietários da empresa foram deixando o país um por um, com destino à sua terra natal, Portugal, alegando que estavam a tentar resolver o problema junto da sede. Porém, nunca mais voltavam.

 

“Quando o patronato começou a desaparecer sem dar satisfação aos funcionários, pararam de nos pagar os salários no mês de Setembro do ano passado e, em Março deste ano, acabaram por mandar fechar as portas da instituição e deram uma ordem aos que trabalhavam no escritório para trabalharem a partir de casa, deixando os técnicos das obras e os operários que trabalhavam no terreno largados à sua própria sorte”, conta um dos trabalhadores da empresa.

 

“Temos colegas que se encontram em situações críticas em Massingir [Gaza], Cabo Delgado, Matutuine [Maputo], entre outros pontos do país, a prestarem serviços e que não têm nem condições de regressar às suas zonas de origem, aguardando que a empresa lhes pague seus salários ou lhes diga o que fazer daqui em diante, mas sem nenhuma resposta até aqui”, explica outra fonte.

 

As fontes dizem ainda terem tentado contactar o patronato, mas este alegou que deviam tratar o assunto com o Director Financeiro da empresa, de nome Nuno Amorim, que, depois de ser pressionado pelos trabalhadores, optou em não atender mais as chamadas. Aliás, este acabou abandonando o país, encontrando-se, neste momento, na vizinha África do Sul.

 

“Tudo o que ficamos a saber é que a empresa está com muitos problemas, têm dívidas com vários bancos. Pedimos a quem é de direito para que resolva o nosso problema e nos dê uma solução, porque nos sentimos abandonados”, acrescentam.

 

Conforme contam, em Janeiro último submeteram uma queixa junto do Ministério do Trabalho e Segurança Social, tendo sido encaminhada ao Tribunal, porém, até aqui não há qualquer informação.“Carta” contactou o Director Financeiro, Nuno Amorim, porém, sem sucesso. (Marta Afonso)

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