A Galp emitiu ontem à noite um comunicado de imprensa através do qual diz que “foi surpreendida esta manhã pela realização de inspecções em alguns dos seus pontos de venda, que estiveram longe de cumprir os critérios mínimos exigidos, desde logo porque não tiveram em conta o facto das garrafas, mesmo dentro da mesma tipologia, terem taras diferentes, o que desqualifica as suas conclusões e levanta legítimas dúvidas sobre o objectivo destas acções. Ao contrário também do que é habitual, o local onde o enchimento de todas as garrafas é realizado não foi incluído nesta acção de fiscalização”.
As inspecções de ontem foram realizadas pelo Instituto Nacional de Normalização e Qualidade-IP (INNOQ), que convocou alguns meios de comunicação social para acompanharem o processo. As conclusões do INNOQ foram devastadoras para a Galp. O instituto emitiu um comunicado que circulou viralmente nas redes sociais, referindo, entre outros aspectos, o seguinte:
“Na cidade de Maputo foram visitados cinco postos de venda, entretanto, um é que tinha gás disponível. Nesse posto, localizado no bairro da Maxaquene, foram fiscalizadas 32 unidades de um lote de 485 botijas de gás da Galp, com 11kg de peso. Da amostragem seleccionada, 29 unidades reprovaram com média de 10kg, tendo o lote sido interditado a venda ao público”. E na cidade da Matola, “foram fiscalizadas 10 amostras de botijas de gás da Galp, com peso de 11 kg, tendo sido reprovadas seis com uma média de peso que varia de 9 a 10 kg”.
As conclusões do INNOQ suscitaram reacções negativas dos consumidores, acusando a empresa de manipulação. No seu comunicado de ontem à noite, a Galp repudiou: “Tendo tomado conhecimento de mensagens anónimas que têm circulado nas redes sociais em relação à quantidade efectiva de produto contido em cada garrafa de gás doméstico, a Galp vem por este meio assegurar que o seu processo de enchimento de garrafas é conduzido com o máximo rigor e é alvo de um adequado controlo, não apenas interno, mas também externo”.
A empresa recorda que “está presente em Moçambique há mais de 60 anos” e acrescenta que nesse período “sempre pugnou por uma postura de seriedade, de qualidade de serviço, e de contributo para o desenvolvimento do país através do seu investimento, da criação de emprego e do suporte à actividade económica e ao bem-estar das famílias moçambicanas”.
As operações da Galp são regularmente alvo de acções de fiscalização por diversas outras entidades, incluindo o INAE, as quais, diz a Galp, são essenciais para a transparência de qualquer mercado, e encoraja vivamente em todas as áreas em que actua. Mas, repisa a Galp, “para serem credíveis, estas acções devem elas próprias obedecer às regras e critérios legalmente estabelecidos e utilizarem metodologias adequadas de forma a assegurar o total rigor e objectividade das avaliações, sem margem para qualquer dúvida”. (Carta)