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terça-feira, 13 julho 2021 08:02

África do Sul tende a adquirir menos gás natural importado de Moçambique

A África do Sul, principal compradora do gás natural extraído dos poços de Pande e Temane (norte de Inhambane), através da Sasol, tende a declarar que  importa  menos o . Como consequência, a receita de exploração e venda da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) caiu em 2020.

 

No ano de 2019, a CMH produziu 179.58 Milhões de Gigajoules (MGJ) tendo vendido à África do Sul (através da Sasol), 155,46 Milhões MGJ. No ano económico de 2020, a CMH produziu 176.19 MGJ, mas a quantidade exportada para a vizinha África do Sul baixou em relação ao ano anterior para 152,35 MGJ.

 

De acordo com o Relatório e Contas da CMH, as quedas de produção – mas principalmente as encomendas para o maior comprador – estão a fazer regredir a rendibilidade da empresa.

 

“Este exercício financeiro [findo a 30 de Junho de 2020] foi caracterizado por baixos volumes de vendas de gás natural e condensado, seguidos por baixos preços de gás natural e condensado que afectaram negativamente as nossas receitas em comparação com o exercício anterior”, relata a Administração da empresa, presidida por Jahir Adamo.

 

Antes de ilustrar as perdas motivadas pelos baixos volumes de vendas, o Conselho de Administração da CMH explica que a redução da comercialização e dos preços foi agravada pela pandemia da Covid-19, tendo o Brent, no mercado internacional, atingido preços negativos no último trimestre do ano.

 

Por consequência, dos referidos eventos, a CMH reportou um total do rendimento integral de 24.7 milhões de USD, o que representou uma redução de cerca de 34 por cento em comparação com os resultados de 38 milhões de USD do exercício de 2019, principalmente devido às baixas encomendas de gás natural e aos baixos volumes de gás condensado, bem como à queda do preço do petróleo no mercado internacional, conforme acima mencionado.

 

Refira-se que, em 2019, as vendas registadas pela CHM baixaram, mas com o preço do Brent em alta, a empresa registou ganhos de 38 milhões de USD, valor que representa um crescimento de 26 por cento comparado aos resultados do exercício de 2018, devido ao aumento dos preços do petróleo no mercado internacional.

 

O Conselho de Administração da CMH diz no informe de 2020 que, durante o exercício, a empresa pagou, a título de impostos e contribuições fiscais, um montante total de 24.8 milhões de USD ao Estado, dos quais 90 por cento representam impostos sobre o rendimento de pessoas colectivas (IRPC), 9 por cento Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares (IRPS) e 1 por cento referente a contribuições destinadas à segurança social (INSS).

Em termos de dividendos, a CMH diz ter pago aos seus accionistas, em 2020, um montante total de 49.3 milhões de USD.

 

“Um dos principais desafios é a disponibilidade de reservas provadas, para assegurar o fornecimento do gás ao abrigo dos contratos assinados. Precisamos de investir em projectos adicionais de compressão de gás e furos adicionais para recuperar mais gás dos reservatórios de Pande e Temane, a fim de aumentar os volumes de gás a serem fornecidos, por forma a cobrir a quantidade total contratada, resolvendo assim o défice de reservas”, aponta o Conselho de Administração da CMH, no informe de 2020.

 

Em termos de balanço, o activo total da CHM, em 2020, situa-se em 354 milhões de USD, uma redução em relação a 2019, em que o activo foi de 396 milhões de USD. Em 2020, o Capital próprio da empresa caiu para 210.7 milhões USD, saindo de 235 milhões de USD em 2019.

O passivo da empresa situa-se nos 143.4 milhões de USD em 2020, contra os 161 milhões de USD em 2019. A firma de auditoria KPMG não tem opinião contrária em relação a esse relato e acredita que a CMH tem “pernas” para continuar a operar no futuro.

 

A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, SA (CMH) é a parceira moçambicana no consórcio (JO - Joint Operation) do Projecto de Gás Natural de Pande e Temane (PGN). 0nda parceiros da operação conjunta a Sasol Petroleum Temane (SPT), uma entidade Moçambicana subsidiária da Sasol Exploration and Production International (SEPI), com participação de 70 por cento; a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), que é uma subsidiária da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), empresa pública, com participação de 25 por cento; e o International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, com participação de 5 por cento.

A SPT é a Operadora nos campos de Pande e Temane. (Evaristo Chilingue)

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