Numa altura em que vários consumidores de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) ou gás de cozinha da Galp sofrem com a escassez do produto, principalmente na área metropolitana do Grande Maputo, a empresa nega haver falhas no fornecimento. Pelo contrário, afirma ter havido aumento de fornecimento nos últimos meses.
Essas informações constam de uma carta que a Galp Moçambique enviou ao Jornal em resposta ao pedido de esclarecimento da escassez de GPL no Grande Maputo. A resposta da empresa vem um dia depois de a "Carta" noticiar a crise no fornecimento daquele produto.
Eis, ipsis verbis, o que a Galp Moçambique escreve na carta: “Não houve, da parte da Galp, quaisquer falhas no fornecimento de GPL; bem pelo contrário, houve um aumento da disponibilização de GPL para fazer face ao crescimento da procura – demonstrado pela subida das vendas, por parte da Galp, durante o mês de Maio em relação a Abril e ao mês homólogo do ano passado. De resto, terá sido esse crescimento da procura e a preferência dos clientes pela marca Galp, entre outras razões eventuais às quais a Galp é alheia, que terá levado a que, em alguns casos muito pontuais e circunscritos à Cidade de Maputo, a disponibilidade de GPL não fosse suficientemente célere para a reposição integral do stock”.
Todavia, noutra vertente, a empresa contradiz-se, ao assumir que o seu parque de enchimento está em obras, facto que leva a depreender-se que diminuiu o nível de enchimento e, por consequência, reduz o fornecimento do produto.
“Tal como tem sido noticiado, a Galp tem em curso grandes obras de beneficiação e modernização no seu Parque de Enchimento de Garrafas com o intuito de melhorar significativamente a infra-estrutura de armazenagem e enchimento de garrafas de GPL de forma a aumentar, ainda mais, a sua disponibilidade no mercado nacional e dar resposta à cada vez maior apetência dos consumidores por este produto”, escreve a Galp na carta.
Embora questionada, a Galp não disse quando as obras vão terminar, nem explicou o que faz para mitigar o problema (aliás, diz não haver falhas), o que leva a concluir que a crise de fornecimento do gás continua longe de terminar. Também não explica em que níveis aumentou o seu volume de produção e muito menos explica em que níveis aumentou a procura do seu produto. (Evaristo Chilingue)