As principais minas de carvão de Moçambique perderam um terço da produção e mais de metade das receitas de venda, agravando o prejuízo em 2020, face ao ano anterior, segundo dados divulgados hoje pela empresa brasileira Vale em Maputo.
A produção total do ano "situa-se em 5,9 milhões de toneladas, refletindo os impactos da pandemia da covid-19", lê-se em comunicado, após uma produção de 8,8 milhões de toneladas em 2019.
Segundo os resultados financeiros da Vale relativos a 2020, a receita líquida de vendas de carvão caiu de mil milhões de dólares em 2019 para 473 milhões de dólares, uma queda de 54%.
O prejuízo do segmento de carvão agravou-se em 74%, de 533 milhões de dólares, em 2019 para 931 milhões de dólares, segundo os resultados operacionais (EBITDA) ajustados.
Além do impacto da covid-19, "a produção desacelerou no quatro trimestre devido ao início do projeto de manutenção geral do complexo mineiro", em Moatize, província de Tete, no interior centro de Moçambique.
A Vale anunciou em janeiro que está a procurar um comprador para deixar a operação em Moçambique e pretende entregar as minas com maior capacidade de produção.
O carvão é um dos principais produtos de exportação de Moçambique e a Vale emprega cerca de 8.000 pessoas, perto de 3.000 trabalhadores próprios e os restantes subcontratados. (Lusa)