Na sequência de um encontro mantido com a CTA, o lobby empresarial local, um grupo de altos oficiais da Autoridade Financeira de Macau e do Banco Nacional Ultramarino (BNU), também de Macau, anunciou, esta sexta-feira, em Maputo, a pretensão de introduzir a moeda chinesa, o Renminbi (ou RMB, ou Yuan), nas transacções comerciais entre entidades da China e de Moçambique e em investimentos projectados para o nosso país. A moeda chinesa já é usada no Brasil e em Portugal
Se a intenção for concretizada, Moçambique será o primeiro país do continente africano a utilizar o RMB, num momento em que o volume de negócios e investimentos entre os dois países tende a aumentar. "Escolhemos Moçambique porque sabemos que o país tem muitos projectos de infraestruturas da China, exportações, e muitos recursos naturais que nos próximos anos receberão investimentos vindos da China”, afirmou Sam Tou, do BNU.
Para o Presidente do Pelouro de Política Financeira da CTA, José Caldeira, a pretensão é bem vinda. Caldeira, no entanto, mostrou-se cauteloso: “Temos pouca experiência de utilização da moeda, por isso aconselhamos o grupo a ter um contacto com o Banco de Moçambique para a liberalização das transacções financeiras”.
A intenção do grupo chinês é que o RMB, em franco crescimento, passe a ser uma opção relativamente a outras moedas estrangeiras usadas no país, como o Dólar e Rand. (Evaristo Chilingue)