O Banco Mundial aprovou, semana finda, uma doação no valor de 100 milhões da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), em apoio ao programa de resposta à Covid-19, do Governo moçambicano.
Em comunicado de imprensa, recebido na nossa redacção, o Banco Mundial explica que o financiamento ajudará a mitigar os impactos adversos da pandemia nas vidas e meios de subsistência das pessoas, através do apoio imediato à resposta à Covid-19, assim como o apoio às empresas e reformas visando uma maior sustentabilidade fiscal.
Para a Directora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Comores e Seychelles, Idah Pswarayi-Riddihough, a ajuda chega num momento crítico em que o país procura fechar a sua crescente lacuna fiscal, evitar uma prolongada queda económica em resultado desta crise e fornecer apoio aos mais vulneráveis.
Em nota de imprensa, a instituição esclarece que a operação em causa tem duas vertentes de apoio ao país. Por um lado, apoio à resposta do sector de saúde, incluindo esforços para garantir o acesso contínuo à água para as populações urbanas pobres, e aumentar o alcance das redes de protecção social e, por outro, auxílio na recuperação económica, melhorando as condições de acesso das pequenas e médias empresas, ao financiamento e fornecendo liquidez às empresas e ao sector financeiro. “Também apoiará reformas visando fortalecer a sustentabilidade fiscal, acrescenta na nota.
O Banco Mundial anota, em comunicado, que a crise da Covid-19 teve um impacto adverso na actividade económica, fazendo com que as expectativas de crescimento caíssem para -0,4% em 2020, abaixo de uma previsão pré Covid-19 de 4,3%, com riscos significativos de queda. Pelo que, refere a fonte, espera-se também que Moçambique tenha grandes lacunas de financiamento externo e fiscal em 2020 e 2021, num contexto caracterizado pela exposição a choques externos e espaço fiscal limitado.
“É importante notar que um número considerável de moçambicanos pode cair na pobreza como resultado da pandemia, especialmente nas áreas urbanas e periurbanas,” acrescentou em comunicado, Shireen Mahdi, Economista sénior e co-líder da equipa do projecto. Ao mesmo tempo, os desafios de desenvolvimento existentes, como os fracos resultados de desenvolvimento humano, a lacuna de infra-estrutura, a baixa inclusão financeira e o alto endividamento, continuam a pesar sobre o país.
A nota que temos vindo a citar esclarece que esta operação faz parte de um pacote mais amplo de apoio do Banco Mundial para ajudar Moçambique a gerir e responder à crise actual em linha com o Quadro de Parceria com esta instituição financeira, aprovado em 2017, cujos objectivos em especial visam: melhorar a prestação de serviços de saúde, melhorar o acesso à água e saneamento, ampliando a cobertura de programas de protecção social e de trabalho e melhorando o ambiente de negócios para a criação de empregos, bem como apoiando a gestão económica. (Carta)