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quinta-feira, 22 outubro 2020 06:34

Banco de Moçambique volta a manter as taxas de juro de referência

O Comité de Política Monetária (CPMO), do Banco de Moçambique, decidiu, esta quarta-feira, manter, pela segunda vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 10,25%. De acordo com o comunicado de imprensa, enviado à nossa Redacção, a decisão deveu-se ao agravamento dos riscos e incertezas, num contexto em que as perspectivas de médio prazo apontam para uma tendência de aumento de preços, em 2021, e numa situação em que a actividade económica se encontra reprimida.

 

Para além da taxa MIMO, o CPMO decidiu também manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósito (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 7,25% e 13,25%, respectivamente, e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente.

 

Lembre-se que, na última reunião, realizada em finais de Agosto, aquele órgão do Banco de Moçambique tinha decidido manter as taxas, com o argumento de agravamento das perspectivas de inflação de médio prazo e dos riscos e incertezas, perante uma maior contração da actividade económica, em 2020, e retoma mais lenta, em 2021.

 

De acordo com o Banco de Moçambique, o mercado cambial doméstico continua com níveis adequados de divisas, após comprar USD 3.980 milhões, contra a venda de USD 3.928 milhões. Acrescenta haver reservas internacionais brutas, no valor de USD 3.912 milhões, o que permite cobrir acima de seis meses de importações de bens e serviços. “Ainda assim, o Metical continua a depreciar a ritmos moderados, reflectindo, entre outros factores, os riscos e incertezas prevalecentes na economia doméstica”, refere o comunicado de imprensa do Banco Central.

 

Dívida pública interna sobe de 162 para 174 mil milhões de Meticais

 

O órgão liderado por Rogério Zandamela refere ainda haver uma maior pressão sobre as finanças públicas, em face do acréscimo das necessidades financeiras para a mitigação dos impactos negativos da COVID-19 e para a cobertura de despesas relacionadas com a instabilidade militar nas zonas norte e centro do país.

 

Por isso, revela que, de Agosto a esta parte, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 162.424 milhões para 174.638 milhões de meticais.

 

“Em face dos limites dos efeitos da política monetária, perante a situação económica actual e suas perspectivas para o curto e médio prazo, o CPMO considera crucial o concurso de outras políticas económicas e o reforço de reformas estruturais que incluam, para além da consolidação fiscal, o fortalecimento das instituições, visando a melhoria do ambiente de negócios, a atracção de investimentos e a criação de empregos, de modo a garantir a promoção do crescimento económico sustentável e inclusivo”, defende a fonte. (Carta)

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