“A queda nos preços do carvão será mais um desincentivo na expansão da produção mineira, depois de em 2017 se ter assistido a uma quase duplicação da produção”, pode ler-se no documento. O relatório adianta que os problemas financeiros do governo, associado aos pagamentos atrasados aos fornecedores do Estado, vão continuar a ter um peso significativo no sistema bancário e a minar a confiança dos potenciais investidores. O mesmo documento prevê que a formação bruta de capital fixo ou investimento, que este ano deverá registar uma queda de 12,5%, recuperará para uma taxa positiva de 8,2% em 2019, para depois literalmente disparar para taxas compreendidas entre 60,0% em 2020 e 35,0% em 2023.
Esta evolução do investimento decorre da construção das infra-estruturas que os consórcios dos blocos Área 1 e Área 4 estão a efectuar e continuarão a efectuar para que na data actualmente prevista de 2023 o primeiro gás natural a ser extraído na bacia do Rovuma comece a ser liquidificado para os mercados da Ásia. O relatório da EIU menciona também a questão das dívidas ocultas e do respectivo pagamento, bem como do segundo processo de reestruturação da emissão de obrigações emitida pela Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), todos com aval do Estado, escrevendo haver alguns indícios de progresso..
A EIU refere-se ao anúncio efectuado pelo Ministério da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, relativamente ao acordo alcançado com quatro dos principais credores (detêm 60,0%) da emissão de euro-obrigações, com maturidade em 2023, mas recorda que este acordo precisa da aprovação de 75% dos obrigacionistas bem como da Assembleia da República. Este acordo representa igualmente apenas uma pequena parcela das dívidas de Moçambique, uma vez que falta ainda solucionar os empréstimos de 1,2 mil milhões de USD contraídos pelas empresas igualmente controladas pelos serviços secretos do país, a MAM e e ProIndicus.(Macauhub)