Um total de 14 empresas mineiras suspenderam a atividade em Moçambique, na sequência da pandemia de covid-19, deixando inativos cerca de quatro mil trabalhadores do setor, disse o diretor-geral do Instituto Nacional de Minas (Inami).
Adriano Sênvano adiantou que entre as empresas que suspenderam a atividade incluem-se a Montepuez Ruby Mining (MRM), que opera reservas de rubis na província de Cabo Delgado, norte do país, a Minas de Benga, que detém uma concessão de carvão mineral na província de Tete, centro, e a Twigg Forest, que explora grafite em Cabo Delgado.
"São empresas de vulto no setor mineiro que paralisaram a atividade, devido à covid-19, o que vai, certamente, ter impacto no volume de produção", adiantou Sênvano.
A brasileira Vale, prosseguiu a mesma fonte, também se viu obrigada a reduzir a produção de carvão mineral em Tete, devido aos efeitos do novo coronavírus.
"Para além daquelas três empresas, temos outras de dimensão inferior com licenças de prospeção e pesquisa, bem como certificados mineiros, que também enfrentam dificuldades", sublinhou o diretor-geral do Inami.
A suspensão da atividade mineira está a gerar incerteza em relação à manutenção de postos de trabalho, continuou Adriano Sênvano. As empresas que mantêm a sua operação estão a trabalhar com restrições impostas no quadro do estado de emergência imposto no âmbito da prevenção da pandemia de covid-19. O impacto do novo coronavírus também reduziu os pedidos de licenciamento para a atividade mineira em Moçambique.
No primeiro semestre deste ano, foram submetidos 144 pedidos de licenciamento mineiro contra 177 em igual período de 2019. Moçambique regista um total acumulado de 737 casos de infeção pelo novo coronavírus, com cinco óbitos e 181 recuperados. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes. (Lusa)