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segunda-feira, 22 junho 2020 05:30

Covid-19: Estudo revela que rendimento no comércio informal regista quebras significativas

Um estudo realizado pelo Observatório do Meio Rural (OMR) concluiu que reduziu o volume de vendas e, consequentemente, o rendimento líquido de agentes económicos informais ao nível da Cidade de Maputo, depois da implementação das medidas de precaução da Covid-19.

 

Apresentada na última quinta-feira (18) na província de Maputo, durante a Conferência Científica sobre a Covid-19, a pesquisa, que cobriu 240 pessoas que exercem a actividade comercial (120 em mercados municipais e 120 nas artérias dos bairros periféricos de Maputo), constatou que, durante a primeira semana de Junho corrente, os agentes económicos em questão registaram uma perda de rendimentos significativa.

 

Encabeçada pela investigadora do OMR, Aleia Agy, o estudo mostra que se antes, nos mercados Central, Zimpeto, Xiquelene e Fajardo, o rendimento diário era em média 4.2 mil Meticais, com a implementação das medidas de prevenção da Covid-19, o rendimento médio diário baixou para 3 mil Meticais.

 

Já em relação ao comércio feito nas artérias dos bairros Chamanculo, Malanga, Polana Caniço e Magoanine, o estudo constatou que as medidas de prevenção da Covid-19 quebraram o rendimento médio diário dos agentes informais, em cerca de 700 Meticais. Ou seja, se antes do Estado de Emergência, os agentes económicos nesse sector auferiam em média 1700 Meticais, por dia, o rendimento baixou para 1.000 Meticais.

 

Para mostrar a gravidade da situação, o estudo acrescenta que, em média, os comerciantes apresentam o número de membros do agregado familiar de quatro (nos mercados de Xiquelene, Central e no bairro de Magoanine), cinco (nos mercados de Zimpeto, Fajardo e bairro de Chamanculo) e seis (nos bairros de Malanga e Polana Caniço). Ora, nas famílias, sublinha o estudo, apenas duas pessoas contribuem para as despesas, sendo uma o comerciante inquirido e a segunda pessoa que desempenha outra actividade, mas também pouco rentável.

 

Relativamente ao cumprimento das medidas de precaução contra a propagação da Covid-19, a investigadora constatou que apenas se verifica melhorias no uso ou na posse de máscaras, sobretudo nos mercados, mas o distanciamento social e a higienização pessoal e dos locais de trabalho, estão ainda em níveis muito baixos de cumprimento.

 

“Embora não tenha sido objecto de observação sistemática nesta pesquisa, a iniciativa do Município de Maputo relacionada com as actividades informais tem-se revelado desequilibrada (em termos espaciais e por tipos de actividade), e, por vezes, com uso excessivo de métodos repressivos”, lê-se no estudo.

 

Todavia, em linhas gerais, a pesquisa considera que os efeitos da Covid-19 ainda não são suficientemente fortes para que possam motivar situações de instabilidade social. Considera ainda que que as medidas de precaução estão a ser satisfatoriamente assumidas e que deveria haver maior fiscalização e eventualmente maior sancionamento sobre o incumprimento. (Evaristo Chilingue)

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